ritita 13/04/2021Quem precisa de uma guerra?Esse tipo de leitura me acha, e eu acho ótimo, apesar da dor que dá no coração.
É sabido por todas as mulheres que a estrada da luta contra o machismo, conservadorismo e tabus religiosos é longa é aguerrida, feita alí, na rotina do dia a dia desde que somos novinhas.
"Menina, senta direito", "você vai ficar falada", "este short tá muito curto", "quando vai casar?".... Na Palestina ou no Brooklin, muçulmanos ou cristãos a coisa é beeeem pior.
A "tradição" - seja lá o que isso for para eles, reza que a mulher seja obediente à família - principalmente ao pai, e depois à família do marido - o próprio e sua mãe - a sogra, mas obediente no mais estrito conceito da palavra; nunca dizer não, nunca questionar, nunca sair de casa só. Sempre nunca. Sempre não, só lhes é permitido e obrigatório engravidar, cuidar das crias, lavar, cozinhar, passar, limpar....
Daí que as meninas, sim, meninas de 14/15 anos já são consideradas prontas p o casamento e maternidade; maternidade esta só amplamente reconhecida quando se concebe um filho homem.
Estudar apenas para aprender apenas os livros santos - A bíblia ou Alcorão.
Interessante que toda esta tradição deve ser seguida apenas pelas mulheres. Aos homens é dado todos os direitos masculinos, sem reservas, inclusive o de espancar filhas e esposas em caso de desobediência, ou apenas por estar cansado ou de mal humor.
A narrativa é absolutamente seca, direta, sem enfeites ou desculpas para ser como é.
Apesar de ser um pedaço de nossa história ancestral, mas ainda atualíssima - acontece nos dias de hoje, eu levei muito tempo para terminar; como fico irada com estes relatos, tenho sempre que intercalar com um livro mais suave, senão piro.
Se recomendo? Para quem gosta de livros muito fortes, sim.