100 escovadas antes de ir para cama

100 escovadas antes de ir para cama Melissa Panarello




Resenhas - 100 Escovadas Antes de Ir para a Cama


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Rodrigo 31/12/2019

100 Escovadas Antes de Ir para a Cama
O problema é que não conseguimos desenvolver empatia pela protagonista. Em outros romances semelhantes, isso faz toda a diferença. Me pergunto no final, quem realmente é Melissa? Uma inocente garota se descobrindo em busca do amor ou uma vilã promíscua que não controlava seus instintos. Ficou essa dúvida.
Wellington 31/12/2019minha estante
Li esse a muitos anos, adorei.a Mel ao meu ver era nada mais nada menos que uma menina procurando o amor em lugares errados, viu um caminho que achou que a faria feliz e foi por ele.


Rodrigo 31/12/2019minha estante
Pode ser mesmo...




Zeka.Sixx 04/12/2019

Vale porque funciona a maior parte do tempo e pelo - razoável - "pionerismo"
Com mais de uma década de atraso, finalmente li esse livrinho que causou furor quando foi lançado. O romance, escrito em forma de diário - e espertamente vendido como "baseado em experiências reais" - narra a história do despertar sexual de Melissa, uma adolescente italiana de quinze anos.

Tão logo perder a virgindade, a moça decide abandonar qualquer pudor e qualquer autoestima para experimentar as mais diversas práticas sexuais, deixando-se tratar como um objeto, vivendo "cinquenta anos em cinco" no que diz respeito à putaria.

Busquei ler o livro sem qualquer preconceito, sem os prejulgamentos que acompanham obras do gênero. Para minha surpresa, o romance é razoavelmente bem escrito (obviamente não é nenhum Shakespeare, e nem era essa a intenção) e, na maior parte do tempo, funciona bem como livro erótico. Necessário ressaltar o certo pioneirismo de Melissa Panarello, já que, à época em que foi lançado, existiam poucos livros do tipo com grande penetração - opa! - no mercado literário.

Estava pronto para dar justas quatro estrelas ao livro, mas os últimos capítulos, pra mim, estragaram muito a obra. O final foi bem decepcionante, de um primarismo imperdoável, destoando do restante do romance, inclusive no que diz respeito à verossimilhança. Não falarei mais para evitar spoilers. De qualquer sorte, é uma leitura interessante, ainda mais se levarmos em conta que foi escrito quando a autora tinha apenas dezoito anos.
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Rai @atequeolivronosrepare 15/11/2019

Um debate válido sobre a sexualidade.
📚 "100 escovadas antes de ir para a cama", por Melissa Panarello.
📚 163 páginas. @editora_objetiva
🇮🇹 Literatura italiana. 2004.
🌡 Nota: 3/5
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💭 [Minhas considerações]: Melissa Panarello traz nesse livro autobiográfico o relato de despertar da sexualidade em uma sociedade reconhecidamente conservadora como a italiana. Creio que todo estudante de Psicanálise poderia encontrar no livro material clínico para enxergar as pulsões, a repetição, a angústia e tantos outros temas.

As 100 escovadas no cabelo, antes de dormir, são associadas pela narradora como uma forma de se assemelhar às princesas mesmo após todos os atos que a fizeram sentir-se "suja". Em uma leitura mais acurada, é possível notar o desejo, com o ato, da adolescente recuperar a "pureza" que julgou perdida.

Li o livro especialmente para contribuir às minhas leituras da Iniciação Científica. As 100 escovadas servem como um recorte do que Freud conceitou em 1896, no livro "Observações adicionais sobre as neuropsicoses de defesa": "(...) Quando esses auxiliares na luta defensiva conseguem genuinamente recalcar mais uma vez os sintomas do retorno [do recalcado] que se impuseram ao ego, a obsessão é transferida para as próprias medidas protetoras e cria uma terceira forma de 'neurose obsessiva' - as ações obsessivas." E em outro trecho, o pesquisador completa: "Ou então o paciente tenta controlar, ele próprio, cada uma de suas representações obsessivas, exclusivamente pelo trabalho lógico e pelo recurso a suas lembranças conscientes." É importante que se delimite que a narrativa de Melissa, sozinha, não é suficiente para associá-la à estrutura clínica citada, sendo o recorte apenas uma ilustração de um dos mecanismos de defesa estudados. Acrescento ainda que as experiências narradas devem ser consideradas dentro do contexto de desenvolvimento psicossexual da narradora, naquele momento adolescente.

O livro é considerado por alguns críticos como uma versão do russo "Lolita", só que escrito por uma mulher.

Coloca a autora: "(...) eu sou aquela que hoje à noite, mais uma vez, deixou os cabelos brilhantes depois de escová-los cem vezes com todo o cuidado." .
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Um debate válido sobre a sexualidade.

site: https://www.instagram.com/p/B45hn8np8G3/?igshid=1k1ikc95hu603
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Nu e As 1001 Nuccias 25/03/2019

Resenha Blog As 1001 Nuccias
Primeira coisa que todos temos que ter em mente antes de ler esse livro é: não é um romance erótico!!!

Fala de sexo, ok. Fala de uma adolescente curiosa fazendo sexo sem cuidado, ok. Mas não é erótico! É um drama, gente!

Explico... Do princípio.

A história é narrada na forma de um diário. A protagonista e narradora se chama Melissa. Ela tem 15 anos, mas no meio da narrativa faz 16. Ela vive na orla da Catânia, um porto na Sicília, Itália, Sua vida é um marasmo que só. Ela já tem um conhecimento do corpo, se toca, mas, talvez, pela apatia e falta de conversa dos pais, associou sexo a amor.

"O prazer de observar-me é tão grande e tão forte que logo se transforma em prazer físico, que chega como uma sensação inicial de cócegas e termina num calor e num estremecimento novos, que duram poucos segundos. Depois vem a vergonha."

E decide que é hora de ter amor em sua vida, ela cisma que precisa disso. Então ela vai atrás. Do jeito errado.

Errado pra quem? Pra nós, privilegiados, que conversamos com papais e mamães e sabemos que sexo é bem diferente de amor. Nessa onda de buscar o amor onde quer que esteja, em quem quer que esteja, Melissa desenvolve uma extremamente baixa auto-estima.

"O que me falta é amor, é de um cafuné que eu preciso, é um olhar sincero que eu desejo."

Entendam... você não vai sentir simpatia por ela, nem por nenhuma das pessoas com quem ela se envolve. Pra começar, ela decide perder a virgindade com um cara que conhece numa festa. O cara é um babaca. Ele se aproveita dela, e faz da vida dela um inferno. Mas ela continua com ele porque ele é o único que ela conhece. Ainda.

Depois vem outros e outras e as coisas vão se intensificando. E ela mantém um ritual de escovar os cabelos antes de dormir, porque é uma forma de lembrar da infância, quando a mãe contava histórias para ela.

O que é importante saber: as cenas de sexo não tem uma descrição detalhada, nem rola um clima porque essa não é a intenção da autora. Ela NÃO quis romantizar as cenas de sexo! é uma garota que aprendeu o que era sexo da pior forma possível. Tu quer erotismo? Vai ler Sylvia Day!

"Quando estou em casa, entro na internet. Procuro, exploro. Busco tudo aquilo que me excita e me faz ficar mal ao mesmo tempo. Busco a excitação que nasce da humilhação. Busco o aniquilamento."

Outra coisa que o leitor tem de entender é que a autora deixa claro desde o início que a menina (sim, menina!) tem ideias equivocadas sobre amor, sexo, conversas e que não tem com quem aprender. A família é omissa e ela também não se abre. É uma criatura confusa, que fica mais confusa ainda conforme os acontecimentos. Não espere profundidade, questões filosóficas de vida ou morte, heroísmo, lutas contra dragões ou contra o machismo. Não é disso que o livro trata.

Foi escrito por oura menina, né? A autora tinha 18 anos quando escreveu e boa parte do que está no livro, segundo a própria, foi vivenciado. Eu fico me perguntando o que o quanto de ficção tem no livro. Cá entre nós, acho que bem pouco.

Não tem erros de revisão, mas também não é uma leitura fácil. Você tem que ter estômago pra aguentar a apatia da personagem quanto a si mesma. E pra aguentar o que ela permite que façam com ela em nome da curiosidade e da busca incansável por amor.

"Lá vou eu de novo, sempre a mesma história. O que posso fazer, não consigo deixar de provocar quem está na minha frente e gosto disso. Faço isso com cada palavra e cada silêncio, e me sinto bem. É um jogo."

O final é feliz? Se por feliz, você entende que ela encontrou alguém que a ame verdadeiramente, então, sim, é feliz. Se por feliz, você acha que é encontrar o amor, então digo que é mais ou menos, pois na minha concepção amor e felicidade são sentimentos que dependem um bocado de outras pessoas, portanto, não são eternos.

Se eu recomendo? Depende. Eu li porque fiquei curiosa com a crítica. Li resenhas que massacravam e outras que enalteciam. Então, decidi ler e fazer a minha própria avaliação. Se você também tenta ter essa visão crítica do mundo, leia, mas vá preparado. Se você acha que não vai conseguir ter empatia com a personagem diante do exposto, nem tente.

Podia ser melhor? Acho que se não fosse escrito em forma de diário, talvez fosse menos "distante". E também gostaria que ela tivesse aprofundado melhor o final.

By the way, tem um filme do livro, ok? Não assisti, porque já saturei de baixa auto estima.

site: https://1001nuccias.blogspot.com/2019/03/resenha-livro-100-escovadas-melissa.html
Chellot 25/03/2019minha estante
Tenho curiosidade para ler esse livro porque uma amiga falava muito bem dele.


Nu e As 1001 Nuccias 25/03/2019minha estante
As resenhas negativas são pq as pessoas pensam que é um livro hot e quebram a cara. Eu gostei. Poderia ter sido melhor em uns pontos, mas foi uma boa leitura.


Chellot 25/03/2019minha estante
Já sabia que não era hot. Mas com sua resenha entendi mais sobre a história.




50livros 14/03/2019

Livro bom para chocar
Nunca imaginei que iria me chocar tanto com relatos sexuais, mas eu estava errada.

Quem me acompanha aqui no blog, sabe que eu tenho o costume de ler livros de cunho erótico. Já li de tudo um pouco, dos mais leves aos mais pesados. Mas confesso que esse aqui conseguiu me tirar da zona de conforto. Primeiro, pelo fato de se tratar de um diário real, escrito pela autora em sua adolescência. Tudo que é biográfico acaba chocando mais porque aí temos certeza de que não é uma fantasia, mas sim algo que realmente aconteceu, com seres humanos reais que estavam dispostos a isso. Segundo, porque tudo o que é relatado é pesado de modo geral, imagina então vivido por uma menina de seus 16, 17 anos.

É preciso levar em consideração que se trata de uma adolescente da Itália, país onde a iniciação sexual acontece realmente mais cedo e que tem muito menos tabus do que aqui nas Américas. Nós somos ainda muito pautados pela moral cristã puritana e eles não. Por isso, lá é comum perder a virgindade por volta dos 14 anos e até mesmo se casar antes de completar os 18. Mesmo levando isso em consideração, os relatos são tão frios, tão pouco comuns que realmente assusta.

Tem de tudo um pouco: sexo grupal, voyeurismo, homossexualidade, bissexualidade, transsexualidade, BDSM, swing, entre outros. Não é à toa que foi um livro que chamou tanta a atenção em seu lançamento e até hoje é centro de inúmeras discussões. Se esses temas já chocam quando contados e praticados por pessoas adultas, imagina por uma adolescente?

Apesar dele ser bem chocante nesses pontos, o livro procura focar mais na busca do sentir, do amar do que realmente na descoberta da sexualidade. Fica bem claro o quanto a protagonista procura o amor nas mais variadas aventuras sexuais, ela está ávida para sentir alguma coisa. O sentimento de auto-destruição é latente em toda a narrativa. Ela queria tanto amar e ser amada que entra nas maiores furadas, sujeita a vários tipos de violência com o próprio corpo. Infelizmente, isso só fica evidente em uma leitura mais transversal, porque a quantidade exacerbante de cenas sexuais super descritivas tira o foco do principal.

Admiro a coragem da autora em publicar seus escritos e o quanto isso a expôs, mas, mesmo o livro acabar se desviando dessa questão sentimental, é importante falar sobre essa variedade na área do sexo para quebrar alguns tabus que ainda persistem na sociedade. Não estou falando de sexo grupal ou nada do gênero, estou falando da objetificação da mulher (acontecendo quando um de seus parceiros só a chama de Lolita, em referência à obra de Nabokov), a negação do prazer sexual à mulher (quando é chamada inúmeras vezes de "cachorra" por seus parceiros sexuais) e a super valorização da virgindade (quando o seu primeiro parceiro sexual duvida de sua virgindade por ela não sentir dor em sua primeira relação). Por mais que o livro choque e cause muita estranheza, essas questões foram levantadas e são de extrema importância para a desmistificação do sexo.

"100 escovadas antes de ir para a cama" é um livro surpreendente, visceral e que, com certeza, deve ser lido, mesmo que com uma certa precaução.

site: www.50livros.com/single-post/2019/01/22/RESENHA-de-100-escovadas-antes-de-ir-para-a-cama-de-Melissa-Panarello
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Thayna.Schisnayder 09/03/2019

Entendo que Melissa estava em uma fase a flor da pele, mas são dois anos fazendo mal a si mesma achando que irá encontrar o amor. Em cada noite que chora por dor, vergonha e nojo de si, tem, no dia seguinte, a procura da mesma dor, vergonha e nojo. Além do final que me pareceu repentino demais e pouco desenvolvido, até porque julgo que seria a situação mais importante do livro.
Tentei te compreender, Melissa, mas ao decorrer das histórias só me vinha uma palavra na cabeça: imprudência.
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Adriano Schiessl 10/11/2018

Nada novo....
A italiana Melissa Panarello escandalizou seu país quando em 2003, com apenas 18 anos, lançou seu primeiro livro, "100 Escovadas Antes de Ir Para a Cama". Em pouco mais de cem páginas, a protagonista - uma adolescente de 15 anos também chamada Melissa - desvenda os segredos do sexo, para a época em questão choca, nos dias atuais nem tanto, o livro é um especie de desabafo e um alerta.
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Susanne 18/09/2018

Era melhor ter visto o filme do Pelé
História super ruim... O livro é em formato de diário, mas a personagem principal é incoerente. Os demais personagens não tem suas histórias desenvolvidas. Entrou pra lista dos piores livros que já li na vida. Deus me defenderay!
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Andréia 22/07/2018

Fraco
Decepcionante. Livro raso e fraco só não me arrenpendi tanto pois o livro é pequeno.
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Juliana 19/07/2018

Descobertas
No início, você acha infantil, fica com raiva de tamanha inocência e falta de amor próprio, descaso consigo mesma, mas com o andar do livro você começa a compreender que aquilo é o descobrimento que toda mulher um dia passou - algumas mais outras menos. Infelizmente, nos mulheres somos criadas sob tabus imensos acerca da sexualidade e muitas de nós acabam sofrendo anos até encontrar a si mesma, compreender o que lhe dá prazer, o que é uma relação saudável, etc. Apesar de achar algumas coisas absurdas, percebi que isso me fez ter gatilhos de coisas que eu mesma passei. Refleti sobre muita coisa, foi uma boa leitura.
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spoiler visualizar
Anderson 07/04/2018minha estante
Eu já assisti o filme.


Ana 07/04/2018minha estante
Eu também. Gostei bastante.




Kymhy 20/03/2018

100 Escovadas Antes de Ir para a Cama - Melissa Panarello
A primeira vez de toda garota é algo marcante e, as vezes, cheio de insegurança e medo. Panarello faz uma narrativa sincera de como resolveu enfrentar tudo e realizar a própria revolução sexual.

site: https://gatoletrado.com.br/site/resenha-100-escovadas-antes-de-ir-para-a-cama-melissa-panarello/
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Isabela 15/02/2018

Fui tola em ler o livro sem ler a sinopse. É muito fraco parece mais um conto erótico mal escrito. Não recomendo.
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Priscilla Teles 04/02/2018

Falta de direcionamento espiritual
Se essa jovem tivesse alguém para ajudá-la, não teria entrado nesse mundo
tenebroso de objetivação corporal. Olha, não sei, mas as histórias de vícios
são bem parecidas. Quando a pessoa se orgulha disso ( dessas variadas experiências sexuais ( algumas bem características de estupro) não é por um ato de reconhecimento próprio, é mais pela necessidade de auto justificação. Acontece o mesmo com o livro da " A casa dos budas ditosos". Há algo de cínico nesses relatos.
() 08/08/2019minha estante
"A Casa dos Budas Ditosos" é um livro totalmente ficcional, e propositalmente cínico em muitos momentos...




Mariana 25/12/2017

Cem Escovadas antes de ir para a cama
Esse é um livro que me persegue desde que eu era uma jovem adolescente. Quando eu tinha doze anos, eu li um artigo na falecida Capricho sobre o polêmico e sujo "Cem escovadas antes de ir para cama" e confesso que pensei muito nesse livro pelos dias seguintes, simplesmente porque era muito difícil acreditar que uma adolescente tinha vivido todas aquelas coisas estranhas, bizarras e precoces. Lendo o livro, entretanto, eu consegui entender.

O livro (que, segundo a autora, se baseia em suas próprias experiências adolescentes) mistura uma narrativa erótica pesada com as divagações de uma menina insegura e um relato pessoal muito forte. A narrativa é muito rica e cheia de detalhes, desde os detalhes mais sexuais e descritivos aos mais íntimos. Durante a história, conhecemos a fundo a nossa protagonista. Melissa se revela nas páginas ao estilo diário e acompanhamos uma narrativa poética e delicada, nos assustando e nos impressionando a medida que ela chega ao fundo do poço.

A história de "Cem escovadas antes de ir para a cama" não é um simples romance erótico, não é uma narrativa para nos deixar excitados. É um relato triste de uma menina que se perdeu no caminho para a vida adulta. No início dessa jornada, conhecemos uma menina de 14 anos muito sabida de sua sexualidade e daquilo que faz bem para si própria. Melissa se masturba apenas pensando em si própria, seu corpo lhe basta e o sexo nunca foi uma necessidade.

Melissa é muito eloquente e coerente no ponto inicial, mas podemos perceber suas inseguranças adolescentes quanto ao futuro. Será que um dia ela encontrará alguém que a amará sem limites? Será que ela merece ser amada? Melissa confessa para seu diário seus questionamentos mais profundos e, apesar de toda sua preciosidade quanto ao seu sexo, nós acompanhamos sua insegurança se apresentar quando ela conhece Danielle.

Danielle é um rapaz mais velho, o primeiro homem com quem nossa protagonista se relaciona e, também, o responsável por fazer com que o gatilho dispare na cabeça de Melissa e sua queda comece. Melissa quer se amada e acredita amar Danielle, mas ele não a ama e deixa isso muito claro. Danielle é uma decepção na vida de Melissa e ela não vê alternativas senão abandoná-lo e viver sua vida de uma maneira que ela achou que traria seu amor: se entregando de corpo e alma para quem a quisesse.

A partir daí, Melissa começa a se relacionar de maneira destrutiva com todos os homens que cruzam o seu caminho. Na tentativa de encontrar um amor, ela se embrenha no mundo do sexo. Não serei puritana e dizer que sexo faz mal porque não faz, mas a abordagem que damos a esse assunto define a maneira como vamos nos relacionar com ele e como vamos usá-lo para nos descobrir.

Melissa ainda era uma menina e não conhecia o sexo, não sabia o que estava fazendo quando se entregou para Danielle e ainda não sabia quando participou de orgias. Sexo não é degradante e não é sujo quando todos os envolvidos sabem o que estão fazendo e não se arrependem na manhã seguinte. Melissa podia sentir o prazer do sexo durante a noite, mas se enchia de dúvidas quando amanhecia.

As experiências que a Melissa tem durante a narrativa desse livro são muito pesadas para alguém em formação, são um caminho errado para o autoconhecimento. Melissa se molda de acordo com a maneira que é tratada por aqueles que abusam dela (abusar no sentido de apenas a usarem).

Para o professor de matemática, ela é Lolita. Para Danielle, ela é apenas uma virgem que precisava dele para se livrar daquela "mácula". Para o palestrante que ela conhece na escola, Melissa é apenas uma atração para ser levada até sua casa de campo para realização de suas fantasias. Melissa se perde enquanto pessoa e enquanto personagem durante a trama. Ela se entrega ao prazer daqueles que a usam.

É importante lembrar que a nossa protagonista era uma adolescente usada por homens mais velhos, abusada sexualmente por homens que deveriam ser responsáveis, que deveriam respeitá-la e não o faziam. Melissa não é uma vagabunda, como eu já li em algumas resenhas. Ela era uma menina explorando sua sexualidade de uma maneira que a fez apertar o freio depois de dois anos e perceber que tudo aquilo não estava fazendo bem.

A narrativa desse livro é muito importante, especialmente para adolescentes. Os detalhes eróticos são apenas um detalhe. No final das contas não interessam as cenas de sexo, mas o que podemos aprender com elas. Eu aprendi que existia uma menina insegura por debaixo daquela máscara de segurança e prazer. Quantas não devem existir por aí?

site: www.youtube.com/poeiraliteraria
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