Wynny0 13/01/2021
NECESSÁRIO.
E mais uma vez eu batendo palmas pela escrita, trama, personagens e enredo de Margaret Atwood!
Desde O Conto da Aia, que foi um livro que eu gostei muito ? me trouxe diversas reflexões e curiosidades ?, eu fiquei ansiosa para ler essa sequência, afinal, o anseio de saber a continuação e sobre como será destruída a grande massa totalitária de Gilead é algo imprescindível.
Nesse livro, a autora cria três personagens em situações distintas (e ao mesmo tempo tão parecidas), aonde o leitor acompanha a narração de cada uma delas.
Temos Agnes, criada em Gilead, com princípios fortes de uma criação teocrática, filha de um Comandante de boa classe e possui uma mãe que a ama. Mas, suas opiniões convergem quando tem grande perda e é obrigada a seguir um caminho que não deseja.
Temos Tia Lydia, uma mulher com grandes influências na criação de condutas, éticas, princípios e leis... Bom, isso sempre nos bastidores, porque obviamente os homens são quem levam todo o crédito, afinal, em Gilead uma mulher não pode exercer poderes em ninguém.
E temos Daisy, uma adolescente que fora criada no Canadá por bons pais, mas que tem sua vida mudada radicalmente quando vai em uma passeata contra Gilead.
Com uma forma muito bem escrita e desenvolvida, a autora consegue unir três grandes mulheres para uma só missão, e isso é o que nos prende. Eu, particularmente, achei a escrita muito bem fluída, a cada página há maior anseio do capítulo vindouro e a construção de cada personagem é bem feita. O livro por inteiro me fez pensar no quanto a igualdade de gênero é importante, e além disso, o quanto a sociedade precisa ? SEMPRE ? se opor quando um governo opressor e totalitário tenta se levantar.
"A memória era uma coisa tão cruel. Não conseguimos lembrar do que foi que esquecemos. Do que nos obrigaram a esquecer. Do que tivemos que esquecer, para poder fingir que vivemos aqui com alguma normalidade." p. 351
Livro excelente!