mayaraliye 25/01/2021
Um livrinho introdutório e cheio de amor sobre feminismo(s)
"Mulheres são como águas, crescem quando se encontram", "É preciso falar sobre o que vivemos para que não nos sintamos sozinhas", "O feminismo é o contrário da solidão".
Neste livro, Manu suscita, sempre de forma bastante convidativa, reflexões sobre o que, para ela, significa ser feminista. Para tanto, ela vai trazendo relatos sobre como foi a sua trajetória até que se descobrisse feminista e se envolvesse com esse ativismo, a fim de propor um diálogo com as leitoras, voltando-se principalmente para nós, mulheres, sejamos nós mulheres que já estejamos engajadas ao movimento feminista, sejamos nós mulheres que ainda não conheçamos o movimento e queiramos conhecê-lo. Dessa forma, a autora vai discorrendo sobre as várias facetas da opressão vivenciada pelas mulheres, produto de uma estrutura social machista, a fim de demonstrar o quanto cada sofrimento vivenciado aparentemente individualmente pelas mulheres são, na verdade, reflexos desse sistema opressor. Manu também aborda o quanto as mulheres, apesar de possuírem causas em comum, como a busca pela desconstrução do machismo estrutural e oposição a ele, também são muito diferentes entre si, diferenciadas conforme os privilégios que possuem, relativos à raça e classe em que se reconhecem e, logo, não existe um feminismo, mas uma pluralidade de feminismos. Apesar dessas diferenças, Manu realça a fundamentalidade da sororidade para o fortalecimento das mulheres, separadas pelo próprio machismo que incita a competitividade feminina, para que estas possam, primeiro, acolher outras mulheres e fazerem do amor a força que as movam para a transformação social em prol de um mundo em que não exista mais desigualdades de gênero, assim como qualquer outro tipo de desigualdade, produtora das opressões vivenciadas pela humanidade e causadoras de intenso sofrimento. Este livro é para mim, pois, um convite proposto com muito carinho pela Manu para que as mulheres possam se despertarem feministas, a partir de uma escrita bastante intimista e acolhedora, como a autora descreve que deve ser os movimentos feministas. Por fim, considero esta uma leitura introdutória ao movimento e que foi muito gostosa de ler, pois me pareceu que eu estava numa mesinha conversando com a própria Manu sobre o tema. Recomendo o livro para todas as mulheres e pessoas interessadas no feminismo! ??