80 Anos de Poesia

80 Anos de Poesia Mario Quintana


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80 Anos de Poesia


Mario Quintana




A coletânea 80 anos de poesia, é uma antologia publicada pela Editora Globo para homenagear os 80 anos de vida de Mário Quintana. Com organização de Tânia Franco Carvalhal, a obra contém poemas que mostram as várias facetas do poeta.

Apresentados em ordem cronológica, eles atestam a procura de diferentes maneiras de dizer e indicam como o poeta vai optando por uma expressão próxima do coloquialismo, vizinha da prosa. Isto permite ao leitor uma visão geral do percurso poético de Quintana, mestre em estabelecer uma comunicação imediata e efetiva com quem o lê: ao dizer o humano em suas múltiplas facetas, ele fala a todos nós.

São poesias pertencentes ao Segundo Tempo Modernista (1930-1945), onde aparecem temas constantes de suas obras como a infância (que é tratada com certo lirismo), os meninos, as ruas de Porto Alegre e a velhice.

Suas poesias, aparentemente simples, trazem a complexidade de quem viveu intensamente o sentimento de mundo. A vasta percepção possibilita uma engenharia sólida no que toca à compreensão da natureza humana. Convicto com relação à sua capacidade criadora, manteve-se distante dos modismos literários, cultuando forte independência com relação a qualquer tipo de classificação que viesse a rotulá-lo, ou à sua obra. Esse individualismo creditou-lhe um orgulho persistente, haja visto a sua autenticidade, instigando-lhe a dividir grandes lições de vida com o leitor que vier a prestigiá-lo.

Fere de leve a frase... E esquece... Nada
Convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada
A mesma coisa cem mil vezes dita.

O interessante com relação à obra de Quintana é a sua natureza múltipla. Apesar da postura crítica e da ironia refinada, há uma ternura explícita coexistindo, assim como uma envolvente honestidade conceitual.

Ainda que Mário Quintana inicie muitos de seus versos com uma fina ironia, a densidade de suas questões não permite ocultar que fazer poesia é refugiar-se do incômodo existencial e filosófico que sua extrema sensibilidade insiste em sacudir.

Da primeira vez em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...

A postura encontrada diante da compreensão da morte, da religião ou da existência divina não deixa dúvidas quanto ao recurso da poesia como uma tentativa de apaziguamento com a ausência de respostas de um ser humano intenso, comprometido e intrigado com a grandeza da vida. Apesar disso, ele luta bravamente para não se considerar diminuído por ela.

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on 13/10/20


Uma das minhas primeiras degustações de poesia. Unforgetable.... leia mais

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Monize
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21/03/2014 15:37:04

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