"A usura. Que fenômeno oferece, mais do que este, durante sete séculos no Ocidente, do século XII ao século XIX, mistura tão explosiva de economia e de religião, de dinheiro e de salvação? Trata-se de figura de urna longa Idade Média, na qual os homens novos eram esmagados sob os símbolos antigos, a modernidade dificilmente conseguia abrir caminho entre os tabus sagrados, e os artifícios enganadores da história consideravam a repressão exercida pelo poder religioso um instrumento do sucesso terrestre. A barulhenta polêmica em torno da usura constitui, seja como for, o parto do capitalismo (...) Ao usuário diziam a Igreja e os poderes leigos:
´Escolha: a bolsa ou, a vida.´ Mas o usuário pensava, o que eu quero é a bolsa e a vida´."