A Canção da Meia-Noite de Henry James

Em uma noite sombria e chuvosa, um professor encontra um misterioso manuscrito que revela o que seria uma "história real e secreta" de uma série de assassinatos de mulheres no final do século em Viena. A partir desta história fantástica, Carol de Chellis Hill recria em A CANÇÃO DA MEIA-NOITE DE HENRY JAMES a atmosfera fin-de-siècle e todos os personagens que transitavam pelas ruas e praças da cidade sacudida pelo florescimento de movimentos musicais, artísticos, literários e psicanalíticos.

Um dos corpos é encontrado - e, logo depois, desaparece - na casa de ninguém menos que Sigmund Freud, o pai da psicanálise. Tentando esconder o escândalo, Freud atribui o evento à histeria coletiva. Mas esse não é o único segredo que ele tenta esconder. Entre as sessões de análise e teorias sobre a sexualidade, Freud mantém um relacionamento com sua cunhada, protege o amigo Fliess - que realizou uma operação malsucedida em um dos seus pacientes - e encobre o caso de Jung com Sabina Spielrien, uma de suas pacientes mais brilhantes.

Para solucionar o caso, o detetive Maurice LeBlanc é convidado pelas autoridades para ajudá-los nas investigações. Ele acaba descobrindo uma rede de segredos e mentiras e uma lista de supeitos. Nela estão Henry James, que tenta encobrir sua culpa pelo suicídio de um amigo, pelo assassinato de seu gato e pela leitura clandestina de romances de segunda categoria; Carl Jung, que não admite que Sabina é sua amante; Edith Wharton, que esconde sua paixão por um repórter; e Freud.

De certa forma, o livro também apresenta outros assassinatos: o de Deus por Nietzsche; o do universo newtoniano por Einstein; a idéia de ego por Ernst Mach. Eleito um dos melhores livros de 1993 pela revista Publishers Weekly, A CANÇÃO DA MEIA-NOITE DE HENRY JAMES, mais do que um romance de suspense, serve como reflexão das paranóias do final do século passado que ameaçam se repetir neste fim de milênio.