Quase noventa anos depois de sua primeira publicação, “A (des)educação do negro” (1933) tornou-se ainda mais atual graças às políticas afirmativas, que explicitaram as marcas da desigualdade e evidenciaram os abismos de oportunidades entre brancos e negros em sociedades democráticas.
Os textos de Carter G. Woodson nasceram da experiência pedagógica do autor, que trabalhou com brancos, negros, mestiços e asiáticos e pôde observar, em diversas regiões do mundo, o resultado de diferentes sistemas de ensino. Seu projeto de emancipação baseia-se, por isso, na denúncia das consequências, para os negros, dos modelos de educação.
Embora o ensino seja a base de toda sociedade que almeja a justiça e a igualdade, a definição de conteúdos e a avaliação de competências preservam as hierarquias e eternizam a estrutura racista. Ao ignorar a diversidade cultural e linguística dos currículos e ao adotar perspectivas únicas para o ensino das técnicas e da história, a escola (des)educa os negros, perpetuando a escravidão.
Educação / Filosofia