Contar histórias é uma antiga habilidade chinesa. Os contadores profissionais de histórias rodeavam-se de pequenos grupos nas casas de chá, nas aldeias e nas modestas ruas da cidade.. Liam em alta voz os contos escritos pelos mes- tres, muitas vezes sem o auxílio dos livros, con- tos estes colhidos no meio do próprio povo.
Foi na dinastia dos Tang, especialmente nos 8. e 9. séculos 600 anos antes de Chaucer que o escrever pequenos contos se transformou em arte chinesa. Onze dos contos apresentados por LIN YUTANG nêste volume, datam daquela dinastia. Um deles é a versão mais velha de "Cinderela", com a madrasta perversa, uma irma e a sandália. Ela precede de sete séculos a mais antiga versão européia.
Em todos os demais contos, LIN YUTANG não se limitou aos deveres de um tradutor, mas refundiu, transformou e adaptou. "No entanto", diz êle, "não me permiti maiores liberdades do que as usadas em traduções anteriores por con- tadores chinêses de histórias." Cada conto é acompanhado de uma nota citando a fonte original.
Os contos estão agrupados nos vários gêneros:
Aventura e Mistério, Amor, Duendes, Sátiras,
Juvenis e Fantasias.
Na sua admirável introdução, diz LIN YU- "A finalidade de um conto deve ser, julgo eu, a sensação agradável que o leitor recebe ao lhe ser proporcionada uma análise per- feita do carater humano, ou a de ter aprofun- dado mais o seu conhecimento da vida e a de terem sido despertados em sua alma a compaixão, o amor, e a simpatia por um ente humano. Nada deve impedir as suposições básicas do lei- tor, nada que demande uma explicação fatigan- te para que se possa conseguir esse efeito. Es- colhi contos livres de tais dificuldades e que facilitam ou permitem a consecução de tal finalidade."
Contos / Fábula / Fantasia