A Esquerda Ausente

A Esquerda Ausente Domenico Losurdo


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A Esquerda Ausente


crise, sociedade do espetáculo, guerra




De passagem pelo Brasil neste final de março, por ocasião dos 95 anos do Partido Comunista do Brasil, o filósofo e historiador italiano Domenico Losurdo veio para um ciclo de conferências e debates de lançamento de seu novo livro A Esquerda Ausente (Anita Garibaldi, 2016), além do livro Guerra e Revolução: O mundo um século após outubro de 1917 (Boitempo, 2016).

O vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino comenta o novo e polêmico volume de Losurdo, destacando o alerta que ele faz à esquerda ausente do debate mundial, em especial na Europa e nos EUA, dispersa que se encontra ou na subordinação ao neoliberalismo ou na consequência mínima da defesa de direitos sociais e econômicos. Como diz Losurdo já no título do seu último livro, a esquerda está “ausente”, ou seja, fugiu do debate público, deixando em seu lugar “o pensamento único neoliberal e neocolonialista”. Em outras palavras, o mesmo sistema de pensamento e práxis que gerou a crise econômica de 2008 está encarregado de explicá-la, graças a essa “ausência” da esquerda. O tema de seu livro é o estranhamento pelo modo como a esquerda não reivindica, nem reconhece suas conquistas, como as lutas anticoloniais.

Losurdo também faz uma defesa do socialismo chinês, por seu caráter progressista na nova ordem mundial, frequentemente condenado na esquerda como sendo um novo tipo de capitalismo de mercado. Para ele, o desenvolvimento da China é uma segunda etapa da luta anticolonial, ao promover um renascimento nacional, reconquista da integridade territorial e soberania plena. Sorrentino ressalta o modo como a geopolítica se move de forma a isolar e atingir a China. Ele cita a frase de Losurdo sobre um tema muito atual e brasileiro, a manipulação da democracia como arma dos setores reacionários: “É preciso reconhecer a amarga verdade de que se realizada prematura e ingenuamente, a democratização de um país pode significar o caminho livre para a desestabilização e os golpes, e permitir o triunfo de uma ditadura planetária do imperialismo”.

Losurdo reconhece que, nos últimos anos, essa esquerda “ausente” começou a despertar na Europa. O Syriza na Grécia, o Podemos na Espanha e Jeremy Corbyn no Reino Unido são expressões desse primeiro despertar. “Mas acho que, em todos os casos, ainda não compreenderam a fortaleza do ataque contra o Estado de bem-estar. É um ataque furibundo, que requer uma resposta coordenada”, diz ele. Sorrentino também ressalta a importância da esquerda brasileira se posicionar com força neste momento crítico para a política nacional. Para ele, o livro é uma reflexão importante neste momento alarmante para a esquerda do Brasil.

História / Política / Sociologia

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on 30/8/20


Meu primeiro livro do velho Domenico, e eu não poderia estar mais agradado. Perfeito em todas as suas colocações, batendo em diversos liberais e intelectuais de esquerda. Losurdo mostra o estrago que o imperialismo americano/ocidental fez na organização da esquerda ocidental. O Império soube trabalhar com seu aparelho ideológico e deixar a esquerda ocidental num estado disperso e caótico. Aborda assuntos como a repressão ao regime de Ghadaffi, explica certinho o motivo da preocupação ... leia mais

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Eneida
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marcooscaioo
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13/11/2022 00:52:07

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