Descrição
No mar da loucura que me encontro, no mais infeliz do infeliz momento, encontrei a felicidade.
Duas e trinta da manhã. A sirene de mais um carro de polícia passou uivando, abaixo da janela do meu escritório. Foi neste instante que ela entrou, usando roupas caras e adornada com joias, como uma nuvem densa, misteriosa e fria. Notei pela forma como andava, que estava preocupada. Meu instinto de detetive me alertou: aquela mulher significava encrenca, mas ignorei, porque encrenca era o meu sobrenome.
Permaneceu em silêncio por alguns minutos, encarando-me com aqueles olhos negros e gélidos. Culpa? Arrependimento? Não soube identificar, no momento, mas uma coisa eu tinha certeza: a sua presença, naquela sala, deixava claro que tinha algo que precisava urgentemente me dizer.
− Matei meu marido. − Disse finalmente. – E o corpo sumiu.
Contos