Marcellus Emants escreveu contos, poesias, romances, e se via basicamente como dramaturgo – chegou a fundar uma companhia de teatro, na qual escrevia, dirigia e atuava –, mas hoje é mais lembrado pela prosa. Foi bastante influenciado pelos realistas franceses e russos. Manteve amizade epistolar com Ivan Turguêniev, autor com o qual possuía grande afinidade literária. Em vida, foi ofuscado pela fama de Louis Couperus, mas, algumas décadas após sua morte, voltou a ser estudado pela crítica e passou a constar no cânone holandês como um dos grandes do século XIX europeu. Seu maior romance, Een nagelaten bekentenis (Uma confissão póstuma, 1894), é frequentemente tido como o Memórias do subsolo holandês. Atualmente, um de seus maiores fãs fora da Holanda é J.M. Coetzee, que traduziu Uma confissão póstuma ao inglês e o compara a Flaubert, Tolstói, Ford Madox Ford, D. H. Lawrence, Dostoiévski. Após a versão de Coetzee, Emants tem sido muito traduzido e ganhado o devido reconhecimento fora de seu país.