Osório Alves de Castro nasceu em 1901, em Santa Maria da Vitória, cidade localizada à margem esquerda do Rio Corrente, afluente da margem esquerda do Rio São Francisco. Na qualidade de assessor da intendência, negase a assinar decretos de
um coronel golpista, atitude que o obriga a fugir da cidade, com destino ao Rio de
Janeiro, onde incorporase à Marinha. Deserta e passa a viver uma vida clandestina.
Torna-se amigo de alguns anarquistas ligados ao professor Oiticica. Aprende a profissão
de alfaiate. Com a prisão desse líder, mudase para São Paulo, estabelecendose
definitivamente na cidade de Marília, no interior do estado. Funda a Alfaiataria Rex que
aos poucos se transforma em um ponto de encontro da intelectualidade local. Costurava
roupas durante o dia e à noite tecia suas narrativas. A militância no Partido Comunista
lhe rende perseguições e encarceramentos. Em tais ocasiões tinha seus escritos
confiscados e não devolvidos. O romance Porto Calendário, redigido entre 1942 e
1945, foi publicado somente em 1961 e lhe mereceu o Prêmio Jabuti no ano seguinte.
Constata-se que aquele texto teve de ser reescrito várias vezes. O autor morre em 1978, às vésperas da edição de Maria fecha a porta prau boi não te pegar , seu segundo
romance, ficar pronta. Em 1990, um grupo de intelectuais baianos consegue a
publicação de Bahiano Tietê. Consta de seus inéditos um outro romance, Nhonô
Pedreira, cujos originais, se acham repletos de correções, cortes, imagens imprecisas.
Em outras palavras, é um texto que exige um cuidadoso trabalho de decifração e
complementação antes de ser editado.
DISPONÍVEL: Valverde, Luiz Antonio de Carvalho
O ser e o além do ser nas narrativas de Osório Alves de Castro / Luiz Antonio de Carvalho Valverde. – Recife: O Autor, 2008. 514 folhas.