É um romance realista com pitadas naturalistas, e é também antecipatório - nos temas e matizes ideológicos - do chamado Romance de 30. Ipuçaba é uma miúda cidade sertaneja, descrita em suas singularidades e desvelada em suas mesquinharias. Sales também aproveita para exercitar sua verve anti-clerical, ao compor a figura do vigário do lugar, o padre Serrão, sujeito "despido de fervor evangélico desde sua ordenação", mantendo uma "sólida indiferença à conduta religiosa de seus paroquianos", mais preocupado com "os proventos que embolsava". Sales apresenta ainda os dois chefetes políticos do lugar, João Ferreira, chefe do Partido Conservador, que fez fortuna e conseguiu cargos por meios escusos, e o simpático chefe liberal, Major Herculano. O padre novo, o simplório Balbino, está nos avios para receber o recém-nomeado promotor de Ipuçaba, Alípio Flávio de Campos, sobrinho que ele ajudou a educar.
Ficção / Literatura Brasileira