agrippino grieco escreve sobre bangüê
"... Mas–insistamos–decorrida a primeira parte é que o livro vai tomando um movimento acelerado, um belo ritmo de marcha, sentindo-se plenamente o soberbo talento natural do Sr. José Lins do Rego, que tem como nenhum outro de sua geração o dom da vida, imantando-os horas e horas às suas páginas como um desses companheiros de noitada em hotel do interior que não nos deixam dormir, que nos trazem presos, quase sufocados, às historietas que evocam.
Prossiga o Sr. José Lins do Rego. Intensificando-se à proporções que se for estendendo, figurará verdadeiramente entre os enriquecedores da nossa vida intelectual.
E fique seguro de que nunca esquecerei os trechos festivos, coloridos, em que o autor corre como um endiabrado pelas suas terras, pelas almas de sua terra, talvez ais inclinado às sensações que aos sentimentos, faltando-lhe possivelmente um certo mistério mas não se lhe percebendo nenhuma indecisão no manejo das cenas essenciais.
Mercê de Deus, seus homens falam quase sempre como homens e não como heróis de romance. Precisão infalseável na maioria dos toques realistas. Não é um estilo discursivo e sim palestrado. Fechando o Bangüê, não li um livro. Ouvi a conversa de um dos moços que hoje melhor conversam por escrito no Brasil" [in Gente Nova do Brasil].
"A série de romances de Lins do Rego, começa com Menino de engenho, e continuada com Doidinho, foi este ano acrescida do Bangüê, livro admirável que consagra o seu autor como um grande romancista em qualquer parte do mundo."
JOSÉ OSÓRIO DE OLIVEIRA
Literatura Brasileira / Romance