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    A Batalha do Apocalipse - Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo

    Eduardo Spohr

    Verus
    2014
    586 páginas
    19h 32m
    ISBN-13: 9788576860761
    Português Brasileiro
    4.2
    29820 avaliações
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    Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heróicas, magia, romance e suspense.

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    Leonardo picture
    Leonardo04/01/2011Resenhou um livro
    1 (Ruim)

    Decepcionante

    A Batalha do Apocalipse (ABdA) é um livro ambicioso. Desde sua descrição feita na orelha da capa por José Louzeiro, e passando por cada linha de suas 586 páginas, fica claro o desespero de seu autor, o brasileiro Eduardo Spohr, em criar um livro épico como O Senhor dos Anéis. Por isso, o autor tenta ambientar sua estória em um universo original e detalhado, povoado por criaturas fantásticas e regido por uma lógica própria. No entanto, a regra diz que pouquíssimos autores conseguiriam escrever um maravilhoso épico de fantasia em seu livro de estréia e, infelizmente, Eduardo Spohr não é exceção a essa regra. Demonstrando já em suas primeiras páginas não ter o menor domínio narrativo, Spohr é incapaz de exercer sobre seus leitores o chamado fenômeno de identificação, já que todos os personagens apresentados são figuras desinteressantes e sem personalidade, o que resulta em uma leitura fria, na qual acompanhamos sem o menor interesse todas as desventuras pelas quais eles passam na confusa e sem sentido trama do livro (não irei discutir, aqui, detalhes da trama. Para os que se interessarem, escreverei mais abaixo um levantamento de alguns tópicos observados no livro, mas fiquem cientes de que esse levantamento contém spoilers da estória). Além disso, o autor parece ainda desconhecer o princípio básico que diz que tudo aquilo que não servir para movimentar e empurrar a trama para frente deve ser descartado. Com isso, somos presenteados com nada menos que 135 páginas de um flashback absolutamente irrelevante, que traz uma mudança abrupta e desnecessária no foco narrativo, que muda da terceira para a primeira pessoa, que em nada acrescenta à trama principal e que, pelo contrário, serve apenas para nos trazer alguns dos incontáveis absurdos e incoerências encontrados do início ao fim do livro. Como se não bastasse, Spohr recheia sua obra com explicações repetitivas, diálogos constrangedores e clichês. Isso para não mencionar a quantidade absurdamente irritante de codinomes, títulos, subtítulos e apelidos que todos os personagens possuem. Claramente escrito com um dicionário de sinônimos do lado (que outra justificativa há para um livro que utiliza as palavras ascensor ao invés de elevador, probo em lugar de íntegro e ruminante ao invés de camelo, apenas para citar alguns exemplos? Não vale dizer que é o estilo do autor, porque essas palavras mais elaboradas se destacam em meio a outras palavras mais usuais.), ABdA tenta em sua trama fazer um sincretismo de quase todas as religiões conhecidas com elementos culturais tão diversos como Os Cavaleiros do Zodíaco, Matrix, contos de fadas e até mesmo Chapolin Colorado (creio que essa última tenha sido involuntária. Para maiores detalhes, leiam o levantamento no final da resenha). É claro que é impossível tentar convergir princípios religiosos excludentes, e o resultado encontrado em ABdA parece um quebra-cabeças montado com peças de diferentes tabuleiros, que não se encaixam, e cuja imagem formada não faz muito sentido. Usando como impulso principal de sua obra a inveja que os anjos têm do livre-arbítrio dos homens, Spohr não consegue em momento algum explicar de forma convincente o motivo dessa inveja, já que TODOS os anjos do livro também têm o livre-arbítrio, já que são capazes de tomar decisões e fazer escolhas individuais. Dessa forma, toda a trama do livro perde sua força, a motivação dos vilões se torna incoerente e todo o resto não passa de uma grande perda de tempo. Em relação ao seu universo fantástico, fica claro que o autor teria sido muito mais feliz se, ao invés de tentar criar elementos próprios em meio a vários universos já existentes, tivesse criado um original, ainda que inspirado em outros, como fez Tolkien em O Senhor dos Anéis. Como resultado disso, o autor utiliza a Bíblia como elemento essencial de seu universo, mas se apropria apenas das passagens que lhe convém, desfazendo-se das demais. E, mesmo quando utiliza os elementos tirados da Bíblia, Spohr simplesmente os adultera da forma que é mais conveniente para sua obra (apenas para citar dois exemplos: Na Bíblia, o Sol surgiu no quarto dia da criação, enquanto que em ABdA surgiu no primeiro; Na Bíblia, Lúcifer era um Querubim, mas em ABdA é um Arcanjo). Assim sendo, Spohr falha em criar explicações que justifiquem a coexistência da veracidade bíblica com a teoria da evolução das espécies, deuses pagãos, espíritos familiares e até mesmo acreditem fadas, duendes e dragões. Medíocre em toda a sua composição (com exceção de sua belíssima capa olha aí a ironia do ditado popular se comprovando verdadeiro), ABdA pode ser enquadrado como o resultado vitorioso de uma campanha massiva de publicidade eletrônica, que conseguiu convencer as mentes mais fracas de que a falta de estrutura narrativa nada mais é do que um alto nível de elaboração intelectual e literária, o que torna difícil sua leitura. Já existem rumores de que seu autor está preparando seu segundo livro, e a nós só resta esperar que, dessa vez, ele se preocupe mais com a coerência narrativa do que com floreios lingüísticos. Dessa forma, talvez ele seja capaz de nos presentear com uma obra que faça justiça à sua precoce e, por enquanto, imerecida fama. Dissecando A Batalha do Apocalipse: Alguns absurdos, incoerências, pontos para reflexão e Chapolin Colorado (Não contavam com minha astúcia): - Conforme já mencionado, a força-motriz de ABdA está na suposta inveja que os anjos sentem do livre-arbítrio dos homens, e se queixam de estarem presos à sua natureza angélica. Ora, em todo o livro jamais fica clara essa suposta diferença entre os dois. Seguindo a lógica proposta pelo livro, um anjo guerreiro, por exemplo, só pode agir como um guerreiro, sendo incapaz de fugir a um combate, ou de desobedecer a ordens, etc. E isso se aplica à sua casta como um todo. Não existiriam vontades individuais. No entanto, como já dito, TODOS os anjos da estória tomam decisões individuais, que outros de sua casta não tomam, ou tomariam. Tomem como exemplo os Arcanjos. Miguel, individualmente, tomava decisões baseadas em sentimentos e julgamentos que não eram compartilhados por todos de sua casta (ou vai me dizer que era de sua natureza angélica revoltar-se, criar planos e mentiras?). Rafael não compactuou com seus atos, e DECIDIU (porque tem livre-arbítrio) se exilar. Gabriel compactuava com Miguel, mas DECIDIU (porque tem livre-arbítrio) mudar de idéia. O próprio Ablon toma decisões o tempo todo (a maioria baseada em seus sentimentos egoístas e covardes, que visam sua própria sobrevivência e a de Shamira), chegando até mesmo a ESCOLHER entre cumprir uma missão que lhe é dada de defender Jesus, ou ir atrás de Shamira para salvá-la. Baseado nisso, o suposto poder que só o Jesus de ABdA possuiria (o de ter uma origem celeste aliada ao livre-arbítrio dos homens) é meramente demagogo. - Aliás, é curioso e indefinido o papel de Jesus no universo de ABdA. Logo no início do livro, quando Ablon se encontra com Orion nos braços da estátua de Cristo Redentor no Rio de Janeiro, este último menciona que é curioso os dois se encontrarem nos braços de Deus, o que indica que compartilham a visão bíblica de que Jesus é Deus. No entanto, no desenrolar da história, o papel de Jesus é reduzido ao de Criança Sagrada, de Iluminado, filho não de Deus (de quem, de acordo com a Bíblia, é uma dentre três pessoas que o compõe), mas do arcanjo Gabriel, que teve relações sexuais com Maria. De acordo com o livro, o grande papel de Jesus na História foi o de ter pregado o Amor, ao próximo, a Deus, etc. Sua mensagem mudaria o mundo, disse algum personagem em determinado tempo. No entanto, tal mensagem também foi dita por Buda, ou por Gandhi, por exemplo. Por que só Jesus, dentro desse universo do livro, foi chamado de Iluminado, e por que só sua mensagem foi valorizada? É também interessante observar que Spohr se utiliza do episódio da ressurreição de Jesus, mas não menciona o fato de que, de acordo com a fé cristã, Ele ascendeu aos Céus e, ainda de acordo com a Bíblia que é tão mencionada pelo autor, hoje está sentado à direita de Deus Pai (que, dentro da confusa mitologia de ABdA, hoje vive apenas em essência em todos os homens mas já falo sobre isso). Demonstrando uma pesquisa ineficiente acerca das religiões mencionadas no livro, o autor em determinado momento escreve: (...) era o símbolo máximo da fé cristã, o ícone que caracterizava o eterno túmulo do Salvador. Ora, o ícone máximo da fé cristã está justamente no fato de que Jesus é o Filho de Deus, que ressuscitou e hoje está no Céu, não em um eterno túmulo. - Sobre uma das grandes reviravoltas do livro: o fato de que Yahweh decidiu pôr fim à sua existência física, dissolvendo sua essência nos homens o que seria a alma que os anjos não têm. Bem, confesso que até ler isso, o deus criado por Spohr era para mim uma criatura apenas patética e malvada, que ao fim do sexto dia, totalmente exausto, resolveu tirar um grande cochilo, tendo programado seu super-despertador celestial, aqui chamado de Roda do Tempo, que o acordaria ao final do sétimo dia apenas para poder julgar a humanidade que ele deixou por milhares de anos sem sua assistência e orientação. No entanto, essa revelação me fez ver que eu estava errado. O Yahweh de ABdA não era apenas patético e malvado, mas totalmente suicida e inconseqüente, já que se matou sem deixar alguém para comandar em seu lugar, e o universo ficou totalmente à mercê de um arcanjo psicopata, determinado a exterminar todos os homens, que têm a essência de Deus em si. No final das contas, essa tentativa de filosofia barata pretendida com essa reviravolta (Deus não existe, senão só dentro de você, e para alcançá-lo basta amar uns aos outros, etc) serviu apenas para tornar o personagem Yahweh apenas mais patético. - Patéticos também são quase todos os personagens do livro, em especial a tal Irmandade dos Anjos Renegados. Na teoria, o que o autor tenta nos passar é que a Irmandade era composta por 18 anjos bravos e puros, que se opuseram aos planos de Miguel para exterminar os homens e que, por isso, foram expulsos do céu, condenados a vagar para sempre na Terra. Na prática, no entanto, a Irmandade era composta por 18 fracassados, que em sua primeira tentativa de fazer alguma coisa foram descobertos e expulsos, e passaram todo o resto de seus dias fugindo do céu e do inferno, e cujo líder era um anjo mesquinho, que não se importava em usar quem quer que fosse (com exceção da mulher que ele amava, é claro) para atingir seus objetivos (basta ver a forma como ele usou a Sieme e tantos outros. Coloque a Shamira no lugar da Sieme e se pergunte se ele deixaria que ela morresse apenas para que ele conseguisse cinco minutos de vantagem em relação ao vilão que o perseguia. Porque ele SABIA que a Sieme iria morrer, que não teria a menor chance, e que apenas o atrasaria um pouco). Em nenhum momento é mencionado que, depois de expulsos, eles tentaram dar prosseguimento ao ideal de impedir Miguel de exterminar a raça humana. Pelo contrário, por medo de serem mortos, cada um foi para o seu canto, e foram mortos de qualquer jeito. É difícil imaginar que figuras covardes assim pudessem ser chamadas de heróis, que fossem capazes de inspirar exércitos a resistirem além de suas forças. É mais provável que servissem apenas de exemplo para que ninguém mais tentasse fazer o mesmo. - Falando na Irmandade, ela foi tema de alguns diálogos e momentos sem sentido no livro. Por exemplo: no começo do livro, Ablon explica à Shamira sobre essa queda da Irmandade. Diz a ela que eles ficaram ocultos por séculos, estudando obras de arte, etc. E diz que, no fim desse período de exílio, RESOLVERAM partir solitários, porque juntos seriam achados e mortos de uma só vez. Acontece que, depois que se separaram, Ablon se encontrou com Orion, que o avisou que o inferno estava atrás deles. E o que Ablon resolveu fazer? Procurar por todos os renegados para avisá-los de que, sim, eles estavam sendo caçados (Sua intenção era dizer mais ou menos isso: é gente, nós estávamos certos. Estamos sendo caçados, e temos que continuar separados. Agora tenho que ir, porque, se eu ficar aqui, eles nos acharão mais facilmente. Adeus de novo. Se cuidem.). Depois de séculos, quando a maioria dos renegados foi realmente morta (que heróis!), Ablon reencontra com um renegado ainda vivo e, juntos, resolvem procurar o restante dos seus amigos (o motivo o livro não fala. Talvez para contarem quantos ainda restavam, ou apenas para botar a fofoca de séculos em dia). - Em outro momento, Ablon se encontra com um renegado moribundo, que lhe revela que Ishitar morreu não porque estivesse sendo caçada, mas porque foi assassinada (qual a diferença?), já que sabia de um segredo que não queriam que o Ablon soubesse (porque nunca se empenharam da mesma forma para matar logo o Ablon é algo que ficou em suspenso). - Ablon, o herói do livro, aliás, é uma figura peculiar. Como já foi dito, ele é mesquinho e totalmente desprovido de compaixão por seus semelhantes, não hesitando nem um minuto em deixar seus amigos morrerem por ele. Dotado de alguns dons interessantes, ele possui o que é chamado pelo livro de instintos de predador, como um olfato que lhe permite sentir o cheiro do bronze e identificar sua composição química (!!) e saber, do lado de fora de uma casa, quantos corpos há lá dentro, e em quais cômodos da casa eles estão (!!!), além de uma audição bem aguçada, e uma visão e raciocínios que lhe permitem olhar para as estrelas e saber que se passaram EXATAMENTE 222 anos desde que ele as olhou pela última vez (!!!!). No entanto, esses dons se mostram extremamente inúteis em combate, já que ele é sempre surpreendido por outros anjos que estão atrás dele, que são capazes de ocultar sua aura pulsante. Além disso, Ablon demonstra não ser muito inteligente já que, por exemplo, é um anjo renegado, que tenta se esconder entre os homens e não chamar muita atenção, mas anda o tempo todo vestindo um sobretudo em plena cidade do Rio de Janeiro. Em tempo, o mesmo raciocínio que lhe permite contar os anos pelas estrelas é bem lento para outras coisas. Por exemplo, em determinado momento, Shamira lhe diz que o rei Nimrod é IMORTAL, ao que ele lhe responde: Imortal? Isso é impossível. Pouco tempo depois ele se encontra com Nimrod, que também lhe diz que é imortal. Nesse momento, Ablon pára e pensa (pensamentos traduzidos e simplificados para melhor compreensão, mas o sentido original permanece): Aaaahhh... imortal... é isso que a Shamira estava tentando me dizer... é mesmo... lembrei que quando uma pessoa bebe o sangue de um anjo, ela se torna imortal... puxa, agora tudo faz sentido. - Conforme mencionado na resenha, o flashback narrado por Ablon é totalmente inútil, que nada acrescenta à trama. No entanto, ele nos trás alguns momentos de pura falta de sentido. Por exemplo: Ablon foi picado por uma deusa antiga, e seu veneno se espalha rapidamente pelo seu corpo, sendo que, no momento em que seu coração for atingido, ele morrerá. Logo ele desmaia em um rio e é resgatado, mas ficamos sabendo que se passaram sete meses (isso mesmo, 07 meses!!!!) desde que ele desmaiou até o momento em que acordou. Aparentemente, o sangue dele simplesmente parou de circular pelo seu corpo. Lógico que nos é dada uma desculpa de que ele entrou em um estado de hibernação, mas logo ele enfrenta uma situação de adrenalina que faz seu sangue voltar a circular e, logicamente, ele agora tem pouco tempo antes que o veneno atinja o coração. Mas, é claro que esse tempo para o sangue atingir o coração depende da conveniência do texto, já que se passam meses depois disso e esse veneno nunca chega lá. Em um determinado momento, depois desse tempo todo, Ablon simplesmente diz: eram cinco da tarde, e faltava menos de meia hora para o veneno findar minha vida. (Um recurso para tentar dar um sentido de urgência ao que virá depois, mas que é logo esquecido pelo autor). É incrível que, depois de tantos meses, Ablon soubesse que faltava menos de meia hora para o veneno atingir seu coração. Aliás, mais incrível que isso, é o fato de que Ablon chegou a Roma praticamente cego, incapaz de reconhecer as pessoas próximas a si, mas logo depois, enquanto era vendido como escravo, era capaz de ver as características das pessoas que davam lances por ele e pela Flor do Leste. - Nesse mesmo flashback ainda somos presenteados com o fato de que o feiticeiro Zamir, mesmo tendo, no mínimo, 07 meses de vantagem em relação a Ablon, foi capaz de chegar até Roma para matar Shamira EXATAMENTE no mesmo dia em que ele. O que ele ficou fazendo esse tempo todo? Não me digam que foi porque estava viajando esse tempo todo a pé, em cima de liteiras carregadas por homens, e não em animais, conforme sugerido pelo livro, porque é absurdo acreditar que um feiticeiro inteligente, que nessa altura já tinha vivido por centenas de anos, e que, ainda por cima contava com a possibilidade de Ablon ainda estar vivo para atrapalhar seus planos, fosse agir de uma maneira tão absurdamente estúpida desse jeito. - Momento contraditório: em determinado momento, em mais um flashback, Ablon se encontra na Inglaterra medieval, procurando por Shamira. Ele é levado por um grupo de monges para a floresta para investigar se há uma feiticeira morando lá. Apenas por ouvir que há uma mulher lá que possa ser feiticeira, Ablon conclui que só pode ser Shamira, pois ele conhecia bem a feiticeira e sabia que ela apreciava as regiões selvagens. Será que foi por apreciar tanto as regiões selvagens que Shamira sempre escolheu morar em grandes cidades, como Roma e Constantinopla? - Momento Chapolin: quando Ablon vai ao inferno e duela com Lúcifer, ele é derrotado e está totalmente à mercê de seu adversário. Quando ele vai ser morto por outro demônio, Lúcifer diz: não, ele não morrerá como mártir. Ele será torturado por 200 anos e depois você poderá matá-lo. Não entendi qual a diferença entre ele ser morto naquele momento, ou 200 anos depois, no que isso iria mudar entre ele ser morto como mártir ou não. Confesso que a lógica por traz desse pensamento me lembrou um episódio do Chapolin Colorado. Nele, o Chapolin Colorado, também conhecido como Polegar Vermelho, é invocado através de uma fórmula mística antiga, que consiste em dizer Oh! E agora, quem poderá me defender?. Essa fórmula ancestral ativa, através de um encantamento ancestral, uma poderosa ferramenta do Vingador Escarlate, as chamadas Anteninhas de Vinil, que o transportam imediatamente para socorrer os incautos que dele necessitam. Ao chegar ao local de onde partiu sua conjuração, o Short Amarelo, munido de sua inseparável e indestrutível arma, a Marreta Biônica, despenca e cai inconsciente no chão. Nesse momento, dois de seus maiores rivais, Chinesinho, O Mal, e Quase Nada, O Feio, o cercam e munem-se de uma potente arma que seria capaz de destruí-lo: a chamada Pistola Calibre Trinta e Oito. Nesse momento, um dos dois interrompe a sumária execução do Nobre Rubro e diz: não, não atire. Ele pode estar apenas fingindo que está desmaiado. Eles logo traçam um plano mirabolante e infalível, que consiste em convencer o Calças Vermelhas Justas a ingerir uma de suas mais famosas e exclusivas armas no combate ao crime, a Pastilha de Nanicolina, que o reduz a uma altura de 15 cm, para que eles pudessem esmagá-lo com os pés. - Outro momento brilhante é a revelação de que Lúcifer estava o tempo todo armando junto com Miguel, e que a expulsão de 1/3 dos anjos do céu, e sua transformação em demônios, foi um plano arquitetado pelos dois. O que não faz sentido é o porquê de eles terem feito isso. Afinal, eles não teriam sido sempre muito mais fortes se tivessem permanecido unidos? O argumento de que eles queriam se tornar um deus completo, do bem e do mal, é falho, pois eles poderiam ter feito isso somente no momento certo, já que o inferno sempre esteve sobre o controle de Miguel (de outra forma, ele não teria tido a autoridade de expulsar os anjos para lá). Aliás, com deus morto, e o controle nas mãos de Miguel, quem é que julgava os homens bons e maus, mandando-os para o céu ou o inferno? No início é dito que o Armagedon seria justamente o despertar de Yahweh para esse julgamento. Mas, como Yahweh estava morto desde o início, e não influenciou mais nada depois disso, porque Miguel ainda deixava que mortos bons fossem para o céu, já que ele odiava tanto os homens? Por que Miguel nunca deu um fim definitivo nos homens? Por que ele não matou a família de Noé depois do dilúvio? E quem, afinal de contas, inspirou a redação da Bíblia, principalmente no que diz respeito ao Armagedon tão destacado na obra? Se não foi Deus, quem foi? Foi a casta responsável pela revelação? Me desculpe, mas essa não cola. - Para finalizar, um momento clichê: depois de matar mais de mil homens, Ablon está prestes a executar o vilão-chefe, o rei Nimrod, e é claro que ele é interrompido pela mocinha, Shamira, que o convence de que, mesmo depois de ter matado uma quantidade absurda de gente, matar justamente aquele, o que causou o mal maior, seria errado (aparentemente, sob a ótica moral dos personagens, condená-lo a viver eternamente com um ferimento que jamais pararia de sangrar (!!) e de causar-lhe dor seria muito mais bondoso. E reencontrar com Nimrod centenas de anos depois, vivendo como mendigo e com a ferida sempre aberta, nos faz questionar se não teria sido mais humano tê-lo matado logo. Ah, claro, ele se arrependeu, etc, mas Ablon teria como saber disso? E Nimrod, não teria preferido morrer?)

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    Eduardo Spohr

    Escritor, jornalista, blogueiro e participante do NerdCast, o podcast do site Jovem Nerd. É autor do romance best-seller “A Batalha do Apocalipse” e atualmente ajuda a gerenciar o selo editorial NerdBooks, voltado à literatura fantástica. É, ainda, professor da faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, onde ministra o curso “Estrutura Literária – A Jornada do Herói no Cinema e na Literatura”.

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    4.583 Seguidores
    Rio de Janeiro, Brasil

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