Clara Schawrz, que hoje vive nos Estados Unidos e atende pelo nome de Clara Kramer, foi uma das sobreviventes do holocausto. Ela recorreu ao escritor Stephen Glantz para contar sua história ao mundo, e esta parceria resultou num belo e dramático relato de uma família e um pequeno grupo de amigos que sobrevivem a um dos períodos mais tristes e violentos que o mundo já presenciou. Escondidos em um pequeno porão improvisado na casa de um anti-semita beberrão (que preferiu abrigar judeus ao vê-los morrer), frequentada por soldados nazistas, dezoito pessoas permaneceram enclausuradas por 18 meses em um espaço minúsculo, que chegava apenas a 1.20 de altura. Foi neste local que Clara, incentivada pela mãe, escreveu as primeiras páginas de seu diário, o início de suas memórias que se tornariam públicas décadas mais tarde. Embora o livro seja transcrito por um jornalista e não pela própria Clara (diferentemente do Diário de Anne Frank), os relatos da fome, do medo da morte e da desesperança misturados com, fé, amor, cumplicidade e desejo de sobrevivência fazem com que o livro se torne inesquecível. Apesar do tema pesado, o livro é fácil de ler, mas lamentavelmente há vários erros de tradução: algumas frases ficaram desconexas e há mistura de presente e pretérito, além de palavras com letras faltando. Ainda assim, a leitura vale a pena!