Fiquei anos com esse livro parado na estante e morrendo de medo ler, por conta das resenhas dizendo que era “pesado”, “machista” e “violento”. Sinceramente, não achei nada disso.
Acho que o grande problema é que o povo hoje em dia quer histórias higienizadas. Uma boa história não é higiênica, não tem personagens bonzinhos que só querem fazer o bem e tomam decisões politicamente corretas o tempo todo. Acho que eu não teria nem estômago para ler uma história xarope dessas.
O Lobo e a Pomba é uma história da época medieval, onde os reinos eram conquistados na ponta da espada, o mais forte vencia o mais fraco e as pessoas tomavam banho uma vez por ano (quando muito).
O pai de Aislinn é morto durante uma dessas conquistas, o seu castelo é tomado pelo conquistador, Ragnor, um homem desprezivel que não é o “mocinho” da história, e ela é feita prisioneira. Quando sir Wulfgar (o lobo) chega para tomar seu lugar como novo lorde do castelo, ele também toma Aislinn como sua mulher, e tenta de todas as maneiras subjugar a mocinha e fazer com que ela aceite a sua nova situação. Bom, Aislinn é uma mulher de sua época, ela sabe que não adianta espernear muito, e sua primeira preocupação sempre deve ser com o seu povo, então ela faz um esforço para aceitar a situação (mas nem tanto) e tentar com isso melhorar a situação da sua população. Mas nem por isso aceita tudo o que acontece de cabeça baixa, e dá muito trabalho para o Wulfgar que não sabe o que fazer com uma mulher tão irrascível e cheia da razão, afinal, mulher foi feita para ficar quieta no canto e dizer amém pra tudo.
A história me envolveu desde as primeiras páginas. Algumas vezes eu fiquei chocada com a crueza de algumas cenas, mas o contrario não faria sentido com a época retratada. Então, se você gosta de um bom romance histórico e não se importa com uns espirros de sangue, é um bom livro para você.