11 de outubro de 1974 vinha à luz, ou melhor, às escuras das salas de cinema dos EUA, o filme que definiu um subgênero do horror, O massacre da serra elétrica (The Texas chainsaw massacre, no original). Desde então, o que parecia ter sido fadado ao fracasso e ao esquecimento, tornou-se um clássico cultuado, referência na produção cinematográfica de terror. O livro "O massacre da serra elétrica 1974 - Arquivos sangrentos, do autor Stefan Jaworzyn desmembra todo o processo de criação dessa obra, desde os primórdios rascunhos do roteiro e as influências de Tobe Hooper, as curiosidades e perrengues da produção, polêmicas da pós-produção e distribuição, censura e por fim o apogueu e legado do filme.
É um livro obviamente para fãs do primeiro filme e da franquia como um todo. Não se trata de uma novelização da história vista nas telonas nos anos 70 e exaustivamente reprisada nas sessões de tv nos anos subsequentes até o sucesso atual nos serviços de streaming.
O autor compila falas de toda a equipe dos filmes, atores, diretores, produtores, diretores de fotografia e efeitos especiais. Ficamos por dentro de tudo que por ventura tenha escapado aos curiosos da Internet. Realmente o livro trouxe informações que eu como fã nunca tinha tomadi conhecimento e isso é um ponto muito positivo do livro.
A explicação e manutenção do título em português com erro grosseiro, o baixíssimo orçamento que impôs muita dificuldade na produção, a distribuição por uma empresa com interesses escusos e o golpe financeiro que os envolvidos no projeto sofreram sao alguns dos assuntos abordados. O aspecto cru do filme dando ares de documentário ou até mesmo um snuff film (filmagens reais de crimes) foi mais ou menos não intencional por exemplo filmaram em 16mm por limitações de orçamento e equipamento e depois aumentaram para 36mm na pós-produção gerando sem querer o incrível aspecto granulado da imagem, que confere um aspecto real e cru que permanece até hoje cinquenta anos depois.
Os outros filmes da franquia, esses com qualidade duvidosa e menos aclamados também são esmiuçados. O livro ainda conta com imagens e pôsteres em praticamente todas as páginas. A edição limitada da Darkside books é maravilhosa e ricamente ilustrada.
Um dos meus filmes favoritos de terror é cinquentão, envelheceu como vinho e o livro só me fez admirar ainda mais essa obra prima do horror. Leatherface vive!
