Há quem diga que este livro dividiu águas, a quem diga que a melhor parte da história começa aqui, há quem diga que a história decai totalmente aqui. Afinal, porque tanta imparcialidade?
Martin, com sua escrita perfeita, acabou nos acostumando muito mal com suas tantas, e maravilhosas, reviravoltas. Isso é muito bom, claro, mais devemos saber que foram essas reviravoltas que deixaram a história tão complexa, e que resultaram nesse belo, lindo e maravilhoso livro, pelo menos ao meu ver, O Festim dos Corvos.
A diferença no ritmo da narrativa é notado, e, infelizmente, acaba eclipsando outra forma que a narrativa toma, a de uma beleza unica. Não que a narrativa dos livros anteriores não tem seu valor, mais em O Festim dos Corvos o autor mostra um lado mais sensível (sim, acreditem), e que nos ensina que todas as decisões tem suas consequências, e quando se trata de decisões de reis e lordes, as consequências são piores ainda.
Sobe a ótica de Brienne, podemos ver com clareza tudo o que o povo de Westeros passa devido ao Jogo dos Tronos, um jogo sem piedade, sem escrúpulos. Não que o Jogo dos Tronos não aconteça neste livro, pelo contrario, ele se torna mais intenso, complexo.
E é por ele ter se tornado tão intenso, complexo, é um dos grandes motivos para as grandes batalhas que os leitores tanto gostam serem ínfimas, afinal de contas, em um jogo de gigantes, cheios de astucia, a força bruta as vezes torna-se desnecessária.
As reviravoltas são mais escassas aqui, claro, mais quando aparecem, chegam com tudo, nos tiram o folego. Este festim para corvos não faz referencia nenhuma a Patrulha da Noite, pelo contrário, faz referencia a todos os resultados das decisões de reis e lordes, e todos os personagens se veem obrigados a digerir este grande festim.