Sob a Luz do Sol

Bruno Eleres

Independente

2015

92 páginas

3h 4m

ISBN-10: B00T0V3V92

Português Brasileiro

Paul Claudel, dramaturgo e poeta francês, disse: “Um pouco de luz vence muitas trevas”. Sessenta anos após a sua morte nós ainda acreditamos nisso e esperamos que a luz nos envolva em sua bondade e nos proteja. Enquanto pensamos assim, não vemos as mãos pegajosas surgindo por detrás do sofá e se dirigindo às nossas gargantas. “Sob a Luz do Sol” vai mostrar que a luz e as trevas são irmãs, que compartilham seus fenômenos e criaturas rastejantes. Tenha medo do visível. Ele vai mostrar o seu rosto deformado, antes que este dia acabe. Antes que o sol se ponha.

Resenhas (1)

4 (Muito bom)

Sob a luz do sol

Sob a luz do sol é o livro de estréia da autora Anne K. Uma coletânea de contos de terror um pouco diferente. Quando pensamos nas coisas que nos assustam, eu, pelo menos, já imagino algum ser macabro na escuridão ou um punhado de insetos grotescos em um lugar sem luz, úmido e nojento.

Mas este livro não é sobre isso. Anne está aqui para nos mostrar que nossos piores medos podem também acontecer durante a claridade do dia. Que não estamos seguros nem mesmo com o Sol nos iluminando.

Eu recebi o PDF do livro através de meu amigo Bruno, que faz uma participação com um conto no livro. Seu conto trata de um casal que está junto há muito tempo, mas cuja relação não anda das melhores. Com uma narração simples e gostosa, Bruno mostra um dos piores medos que nós temos: o de não reconhecer mais o nosso par ou nós mesmos, aponto de mudarmos por dentro. Só que de um jeito bem mais macabro, óbvio.

Em seguida vemos os quatro contos de Anne que compõe o resto do livro. Todos já viram aquelas pessoas que entram no ônibus e começam aquele discurso ‘Senhoras e senhores, desculpe por interromper a sua viagem, mas hoje estou aqui para contar minha história’. Mas ninguém espera que essa viagem possa terminar do jeito que terminou.

Foi a minha primeira experiência lendo um e-book, e devo dizer que não foi tão ruim quanto eu imaginei que seria, e posso me ver lendo cada vez mais livros no iPad – quando eu não quiser tanto a cópia física, claro. Assim, cada vez mais posso ler livros de autores nacionais que estão começando nesta dura carreira que é ser escritor neste país.

Devo admitir que eu senti agonia lendo algumas partes dos contos, algo que até então nunca me aconteceu. Talvez porque eu não seja uma pessoa especialista em livros de terror. Afogamento é uma coisa que eu tenho muito medo, por já ter levado muitos caixotes no mar. Imagina alguém tentando te afogar enquanto você apenas quer tirar umas férias? Muito ruim também é andar pelo campus da faculdade, sempre olhando sobre seu ombro, sabendo que há um serial killer solto.

Mas o que eu mais gostei neste livro foi como os autores conseguiram contar uma história que te prende em poucas páginas, e que possui uma reviravolta, mostrando um final que você não espera acontecer. Isso acontece principalmente nos contos de Anne, que sempre terminam com uma frase de impacto e que resolve todo o mistério do texto, e te deixo com aquele sorrisinho de lado ‘ah, eu não esperava por essa’.