Fui convidada para participar do book tour da obra, pela Fernanda, do blog Mato por Livros. Eu adoro a Fer, conheço já há algum tempo, e aceitei de imediato.
Quando procurei mais informações a respeito do livro, pude perceber que existia todo um carinho por parte da autora e leitores, ao redor dessa história. Tanto, que os personagens principais ganharam até hashtag (#PeLícia) nas redes sociais.
O amor que a autora dispôs na criação não nos passa despercebido.
A história juvenil traz como protagonista e narradora a adolescente Alicia. Ela começa nos contando sobre a ansiedade em rever seus melhores amigos. Aly, assim chamada, mudou-se de sua terra natal e estava de volta para passar as férias escolares.
E logo de cara, já percebemos o quanto a personagem valoriza suas amizades. Dentre esse círculo, conhecemos Pedro.
Pedro e Alicia são amigos. Isso é uma afirmação. Porém, a garota é completamente apaixonada por ele.
Pedro, por sua vez, sente um carinho enorme por Aly, a protege, e percebemos o ciúme estampado nas entrelinhas, mas insiste em ficar na friendzone.
"... o Pedro não me vê assim, acho que ele me vê como uma irmã." - página 49
Nas primeiras páginas, ficou-me claro que a história foi criada especialmente para o público juvenil. Eu quero deixar isso muito claro, porque é importante para o leitor saber exatamente o que está lendo. Explico: as histórias juvenis contemporâneas são marcadas pela presença constante de diálogos entre os personagens, e a linguagem utilizada pelo autor é simples. As gírias atuais também são muito presentes nos enredos.
Sempre estampo em minhas críticas o quanto tenho medo de personagens adolescentes. Já fui uma, e sei o quanto essa fase é cheia de conturbações que são capazes de irritar aos mais velhos. Mas, as conturbações negativas não são tratadas nesse livro, fiquem tranquilos.
A autora se apegou no que existe de melhor nessa fase: o amor e a amizade.
O clima da leitura é totalmente descontraído. Ao ler, fui remetida a minha própria adolescência, e compreendia exatamente os sentimentos dos personagens envolvidos. O amor não correspondido, as festas, e principalmente, os amigos.
O que eu pude de trazer de melhor desse período foram os amigos. E acabei vendo o quanto a autora deixou o valor da amizade explícito no enredo.
Sem sombra de dúvidas, existirão sensações diferentes para cada tipo de leitor. Os mais velhos ficarão nostálgicos. As modernidades fazem com que este público, por vezes, não se conecte tanto com a história, pois em nossa época não se existia tantas liberdades como nos dias de hoje. Os mais jovens, público alvo, se conectarão facilmente; sentindo-se na pele de Aly e Pedro, descobrindo os conflitos do primeiro amor. A ambos os públicos, a notória sensação que complicamos demais o que não é complicado.
" - Na sua idade tudo é intenso demais, a gente ama loucamente e sofre na mesma medida." - página 140
É um livro que me encheu de fofura, e poderia ter levado cinco estrelas na avaliação. Esse fato só não aconteceu porque, em alguns pontos, a autora pecou. Ela começou maravilhosamente bem, mostrando o temperinho primeiro amor. Quando as férias escolares terminaram, e a personagem voltou para casa, achei que faltou algo. Assim como a distância afeta alguns relacionamentos, foi como se minha relação com os personagens estivesse esfriado por eles estarem longe. Entendo que a história tomou outro rumo, porém não houve um bom desenvolvimento nesta parte, a meu ver. Alguns diálogos soaram vazios, fugindo da intensidade que os primeiros capítulos passaram. Outro ponto que não gostei, foi a repetição exagerada do apelido que Pedro trata Aly. Sei que adolescentes tem essa mania, mas em um livro, mesmo que seja para esse público, tais repetições se tornam cansativas e acabam “brochando” as sensações que aquela cena poderia causar. Acredito que esse ponto não seja um pecado somente da autora, quem revisou a história não se atentou a isso.
Minha intenção ao elevar esses pontos que para mim foram negativos, não é espantar leitores. Sei que sou apenas uma blogueira iniciante, mas acredito que essas críticas poderão ser construtivas para os próximos trabalhos da autora.
A história que ela criou, por mais que existam clichês, foi abordada de uma forma única e especial. Se eu fosse mãe de um adolescente, seria um livro que iria dar de presente com toda certeza, principalmente pelos valores ali retratados.
Assim sendo, recomendo, e termino minha resenha ansiosa pelos próximos livros da autora, e claro, pela sequência da série.