Essa trilogia me surpreendeu de várias maneiras diferentes. A primeira delas veio com o livro A Maldição do Vencedor, que foi muito mais emocionante e apaixonante do que eu imaginava. O romance dele me conquistou de um jeito que teria valido pelos três livros se precisasse. O segundo livro provou toda a inteligência da autora, teve um enredo muito mais complexo e tenso do que o primeiro me fez achar que teria. E esse último se transformou em um livro praticamente de guerra e estratégias muito melhor do que vários de alta fantasia por aí. Essa trilogia é muito mais do que parece, e eu acho que todo mundo precisa dar uma chance para ela.
Se não fosse por um pequeno mas incômodo defeito do segundo livro, esse não teria sido melhor que ele. A minha nota verdadeira para esse é 4,5, na verdade, mas quero arredondar para cima, porque essa trilogia merece mais atenção do que recebe. O Beijo do Vencedor não deixa nada a desejar em questão de estratégias e guerra. Mas o ponto alto dele são seus personagens.
A autora é realmente muito talentosa para criar personagens humanos e complexos e desenvolver cada um durante os livros. Se a Kestrel já tinha crescido nos livros anteriores, nesse ela alcança todo seu potencial e praticamente tem que fazer isso do zero. Foi maravilhoso vê-la se construindo e desenvolvendo, mesmo que seu plot tenha me feito ficar muito sentida também.
O Arin é o outro personagem que tem foco nesses livros e não decepcionou em momento algum. Pelo contrário, ele foi incrível desde o começo e me fez gostar ainda mais dele do que durante a história de antes (o que já tinha sido mais do que o normal). A relação dele com a Kestrel foi extremamente bem trabalhada também, além da dele com o Roshar.
Aliás, o Roshar foi outra coisa que me surpreendeu, porque eu tinha detestado ele no livro anterior e cheguei a adorar ele aqui. Ele praticamente se tornou aquele personagem mais leve e brincalhão que ajudou a aliviar a tensão (mas não muito, tenho que admitir).
Eu tenho uma pequena crítica para o livro, que me faz tirar meia estrela da nota. Apesar de muito bem feito e de eu ter gostado de tudo que aconteceu, até das coisas ruins, o livro não chega a ter nenhuma cena na hora da guerra que é absolutamente nova. Não sei quando ele foi escrito, talvez o problema seja dos outros que vieram depois dele e se inspiraram também, talvez seja dele. Só sei que não teve exatamente uma cena que fosse completamente inesperada, mesmo que todas tivessem seu apelo que as fizeram interessantes.
Depois de toda essa história, não tem muito mais que eu possa falar. Adorei a criação do mundo, as inspirações da conquista romana da Grécia, as diferentes nacionalidades e costumes e toda a história por trás dos diferentes países. Adorei também as estratégias das batalhas, que nunca foram só "Nós ganhamos", ou "Nós perdemos, porque sim". A minha parte favorita da trilogia toda foi o romance e, principalmente, o começo dele no primeiro livro, mas essa história é muito maior, mais complexa e abrangente do que isso, o que vai agradar principalmente pessoas que gostam de livros sobre intrigas de uma corte real, de batalhas quase medievais e de um mundo fictício bem criado.
Eu esperava uma trilogia no estilo da série A Seleção, leve, com detalhes políticos, mas pouco profunda, pouco explorada, quase boba. E como eu estava errada! Não consegui prever o quanto tudo evoluiria, mas fico feliz de ter dado uma chance mesmo quando tudo que achava que encontraria seria um romance proibido. Esses três livros mais do que valem a pena, se tornaram uma das minhas trilogias favoritas!