Quem ousaria ignorar um pedido de Agripina, mãe do pequeno Nero? Lucius, oficial do estado-maior de Germânico e Tibério, temido e invejado por ter tido a honra de privar da intimidade de dois dos imperadores romanos, acatou aquele pedido como uma ordem: escrever a biografia do falecido Gaio, imperador-comandante do Império Romano, que em apenas quatro anos de governo reuniu mais poderes do que Júlio César. Mas seria possível contar a história do imprevisível, louco, devasso, cruel e sedutor Gaio sem desnudar a história de Roma e da família imperial? Esse é o fio condutor de mais um romance histórico escrito por Allan Massie, sem dúvida um especialista na história de Roma e de seus senhores. Depois de Augusto, César, Antônio, Tibério e Nero, é a vez de Calígula - "(...) o homem mais solitário do mundo (...) tão perdido a ponto de se achar um deus - ele, que não dominava nem a própria cabeça (...)." Narrado em forma de biografia romanceada, o livro apresenta personagens e fatos reais. Combinando conhecimento histórico com uma fértil imaginação, o autor questiona a versão da maioria dos historiadores e filósofos a respeito desse personagem símbolo da decadência romana. Afinal, no que se transformara a capital do Império senão num retrato de seus governantes? Será que Calígula realmente enlouqueceu ou, ao contrário, provou sua sanidade mental expondo o inferno que era Roma? "Gaio era apenas a manifestação radical da doença que atinge todos nós (...) uma geração mergulhada no vício e prestes a dar origem a uma prole ainda mais vil." O império, que se estendia do Reno aos desertos da África, devorou a República e se tornou um lugar abandonado pelos deuses, onde o dinheiro corrompeu a política e a cobiça, a violência, a corrupção, a desordem e a desonra imperavam.
Você já ouviu falar em algum lugar assim?
Calígula. Um retrato fascinante do mundo romano escrito por um dos melhores romancistas da atualidade.