Este é um livro inteiramente despudorado, sem vergonha mesmo. Tudo o que você sempre quis saber sobre os escurinhos nos cinemas pornôs e nunca teve oportunidade.
Cinema Orly é a estréia de Luís Capucho na literatura. "… um livro catarse", ele define. Foi escrito quando o autor se recuperava de um acidente do qual ainda hoje sofre seqüelas. Peita o leitor, digamos, menos desavisado... É corajoso e impressiona. Isso existe e não tem como dourar a pílula. A Cinelândia é um point e o Orly, antes Cine Arte Rio e Rivoli, que passou por várias reformas e foi o pioneiro em exibir filmes pornôs no Rio de Janeiro, é o cenário desta história only for men.
Memória, depoimento, a merda no ventilador, o amor é sacanagem, putaria, fissura, no escurinho do cinema, mata tudo e vai ao cinema, é o fim do mundo, o começo, a verdade, os minutos e os segundos, tesão. Escolha um desses, ou melhor, junte tudo e se deixe levar por este diário de bordo: Cinema Orly.
Luís Capucho não se considera poeta nem escritor. Sua praia é a música… saudado como um mestre pela nova geração de músicos como Cássia Eller, Pedro Luís, o grupo Boato, Suely Mesquita, Mathilda Kóvak, Marcos Sacramento, para citar alguns. Capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, 37 anos, no Rio desde os 14, formado em Letras pela UFF, Luís Capucho experimenta agora a literatura.