Compilação de reflexões, conferências e comunicações que a escritora vem produzindo ao longo da sua vida literária, organizadas por Pedro Mexia. Como nos dois volumes de “Alegria do Mundo”, os seus anteriores livros de textos dispersos, o génio e a verve de Agustina Bessa-Luís em “Contemplação Carinhosa da Angústia” cativam-nos, de surpresa em surpresa. E, como diz a escritora, num inquérito ao jornal francês “Libération”, a propósito da razão porque escreve, que eles incomodem “o maior número possível de pessoas, com o máximo de inteligência“.
Agustina é senhora de um estilo absolutamente único, paradoxal e enigmático. Conjugando influências pós-simbolistas de autores como Raul Brandão, na construção de uma linguagem narrativa onde o intuitivo, o simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitidos numa escrita de características aforísticas, conjugam-se com referências a autores franceses como Proust e Bergson (nomeadamente no que diz respeito à estruturação espácio-temporal da obra).
Ensaios / Literatura Estrangeira