Crimes Exemplares, de Max Aub (1903-1972), são um grande chiste, uma piada à maneira como a imprensa trata a violência. Fingindo ter colhido relatos de assassinos confessos, no México, na França e na Espanha, o autor empurra personagens ao limite da violência, criando um verdadeiro “manual para crimes compreensíveis”, ou melhor dizendo, força-os a confessar as razões pelas quais cometeram seus crimes.
Publicados pela primeira vez em 1957, estes microcontos inauguram um humor negro sem paralelo na literatura de língua espanhola, com raízes em Goya e em Posadas, no barroco espanhol, e no culto e na maneira de burlar a morte, dos mexicanos, segundo um editor mexicano. Telegráficos, genialmente concisos, fazem parecer que um crime muitas vezes é apenas uma errata, ou o contrário, se assim preferirmos.
Literatura Estrangeira