“A melancolia de não saber bem o que eu quero”.
A primeira coisa que me vem à mente quando penso num deserto negro é a paisagem tão linda e vasta que dá incertezas sobre a gente mesmo. Pelo tamanho, pela beleza. A frieza não convidativa. Todos querem olhar, mas ninguém consegue chegar perto, de fato.
O “Deserto Negro” quer falar um pouco disso. Alice é uma garota de ímpetos que vai começar a trabalhar em uma loja de roupinhas de criança. Seu entusiasmo com os olhos pretos de boi que Nina tem a faz querer mais coisas do seu cotidiano.
Mas, mesmo se aproximando da nova amiga e vendedora, mesmo namorando o curioso Bruno, ela se sente distante de tudo. De todos. Até quando começa a ter estranhamentos com um escurecimento que vai percebendo nos dentes, ela não consegue se conectar.
O universo. Amplo. E a gente não consegue chegar.
Bonito. E triste.
Romance