Entre muitos pontos importantes e relevantes do Discurso em si, ressalta-se:
– O poder que um só homem exerce sobre os outros é ilegítimo.
– A preferência pela república em detrimento da monarquia.
– As crenças religiosas são freqüentemente usadas pelas monarquias para manter o povo sob sujeição e jugo.
– Etienne de La Boétie afirma no Discurso a liberdade e a igualdade de todos os homens na dimensão política.
– Evidencia, pela primeira vez na história, a força da opinião pública.
– Repele todas as formas de demagogia.
– Incursionando pioneiramente pelo que mais tarde ficará conhecido como psicologia de massas, informa da irracionalidade da servidão, desde o título provocativo da Obra, indicada como uma espécie de vício, de doença coletiva.
O Discurso, que no século XVI Montaigne considerava difícil prefaciar, hoje em dia é ainda tristemente atual.
O ser humano encontra-se em amarras auto-infligidas por toda a parte. Como dizia Manuel
J. Gomes, importante tradutor de La Boétie para o português: “Se em 1600 era tarefa difícil escrever um prefácio a La Boétie, hoje não é mais fácil. Hoje como nos tempos de La Boétie e Montaigne, a alienação é doce (como um refrigerante) e a liberdade amarga, porque está demasiado próxima da solidão. E da loucura”.