Don Juan, o galante sedutor, foi retratado em diversas obras que seguiram a mesma tradição que existe em torno desse nome: um lendário libertino espanhol, aristocrata, devotado a seduzir mulheres. Era quase um colecionador!
Essa figura historicamente simboliza a busca incansável pelo prazer, desafiando as convenções sociais e religiosas de diversas épocas. No entanto, Don Juan também traz consigo tragédias que decorrem de seu comportamento, conduzindo sua vida para caminhos nebulosos e, até mesmo, à morte.
Aqui, diferentemente do mito, Don Juan não é o sedutor: é o seduzido. Ele é um jovem que se vê envolvido em diversas desventuras amorosas, se deixando seduzir por mulheres de diferentes camadas sociais e enfrentando inúmeras situações comprometedoras por causa delas.
A partir da história de Don Juan, o narrador (quase que explicitamente Lord Byron) encontra espaço para satirizar e criticar a hipocrisia e a moralidade de toda a sociedade da época. Essa história é uma denúncia aos abusos da Inglaterra jorgiana e de crítica aos principais rivais do autor.
Além disso, Byron cria um anti-herói: um herói passivo, que não encontra seu espaço no mundo, não encontra lugar em uma sociedade movida pelo dinheiro e pelo interesse. Para Lord Byron, Don Juan não é herói, é vítima.
“Se você precisa de um épico, há Don Juan para você. Eu chamo isso de épico: é um épico tão no espírito de nossos dias quanto a Ilíada na época de Homero. O amor, a religião e a política constituem o argumento e são tanto a causa de brigas agora como eram então.” — Lord Byron
Literatura Estrangeira