O que é mais estranho?
Uma casa abandonada cuja porta transporta um homem desesperado para um passado recente ou três irmãs que se odeiam e disputam uma herança numa roleta russa dentro de uma sala claustrofóbica?
Um 'familicídio' num almoço dominical de aniversário ao ritmo da salsa ou o desabafo de um criador de um jogo muito importante?
Dois agiotas confiscando um restaurante falido como garantia à beira da estrada desolada ou uma menina que acredita escutar uma entidade superior num futuro bem distante e num planeta nem tão distante assim?
Um senhor desalentado que coleciona formigas e pétalas ou um anão 'rastafari' místico num capinzal distribuindo conselhos?
A realidade é aquilo que de fato é ou somente parte do que percebemos e interpretamos?
E a ficção? Ela absorve elementos da realidade ou é a realidade apenas um simulacro da ficção.
Essa é a premissa de ESTRANHO: uma reunião de alguns contos, minicontos e microcontos escritos por Carlos Ramírez cuja proposta é justamente mostrar que realidade e ficção não são diferentes entre si. Elas causam, da mesma forma, estranheza e incômodo tanto nos personagens — reais ou não — quanto no leitor; sendo, muitas vezes, a realidade até mais incompreensível e injustificável que a própria ficção.
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