De todos os "ismos" do princípio do século XX, o Expressionismo é um dos mais difíceis de compreender e complicados de definir. A palavra entrou para a linguagem corrente e hoje em dia qualquer pintor pode ser considerado "expressionista" se distorcer as formas de uma maneira exagerada e aplicar a tinta de um modo subjectivo, intuitivo e espontâneo. De facto, quando a revista Life popularizou o Expressionismo em Maio de 1958, fê-lo na suposição de que o excesso emocional seria a norma da arte expressionista. No entanto, este conceito fundamental do "expressivo" - da primazia do processo criativo à custa da verosimilhança - não pode ser reduzido a uma questão de temperamento de um artista. A tendência em questão representa apenas o panorama global da pesquisa inovadora desses anos, ou seja, um mosaico de múltiplas experiências e maneiras de ser. Historicamente, o Expressionismo nasce e propaga-se nos países de língua alemã entre 1900 e 1910, e depressa envolve - através de vastas redes de influência - outras nações do Ocidente europeu. Quando muito, poder-se-ia falar de um conjunto de propostas interligadas de uma certa forma, que compreende não só o grupo expressionista por excelência, Die Brücke, fundado em Dresda em 1905, mas também as obras dos Países Baixos, certas experiências parisienses ou eslavas, e também as telas e gravuras do norueguês Munch. A Arte Expressionista entrega-se a uma profunda incongruência: a que existe entre o significante utilizado e o conteúdo expresso. A imagem é simplificada, deformada e brutalizada. Remete com insistência para modelos arcaicos ou infantis, mas sempre fortemente "regressivos". Em contrapartida denota-se a actualidade dos temas retratados, uma vez que o objectivo último é a denúncia da civilização moderna e da sociedade burguesa. Por outras palavras, o que se produz na obra é uma contradição entre a "forma", enquanto restauração de elementos não actuais, e o "significado", enquanto análise política imediata. Ilustrado com reproduções de telas de artistas consagrados, esta colecção é uma exploração fascinante da cor e da forma, que podem agora ser fruídas e compreendidas pelo leitor. A presente colecção «Movimentos da Arte Contemporânea», na qual lançamos agora o seu 7º título dedicado ao movimento artístico expressionista, é editada conjuntamente com a Tate Gallery, um dos mais famosos museus de arte contemporânea do mundo.
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