Ao contrário da genialidade dos seus livros, que constituem coletâneas de textos sobre diferentes temas originalmente editados em diversas publicações, Full House é, depois de A Vida é Bela ( Gradiva, 1995), a primeira obra de Stephen Jay Gould inédita e sobre um único assunto.
Desencadeando o que vai certamente tornar-se um grande debate científico, Gould contesta as idéias assentes sobre a natureza do progresso, da excelência e da própria natureza e constrói um quadro unificado da história e da vida que vai contra aquilo que, em muitos casos, intuitivamente julgamos ser verdade.
Recorre, como é seu hábito, a exemplos interessantíssimos, a prodígios e a enigmas, paradigma de progresso em que a diversidade, e não a complexidade, será a verdadeira manifestação da excelência.
Tal como um full house num jogo de pôquer expressa a excelência de todas as partes juntas, fortuitas na origem mas, moldadas pela seleção, este Full House sustenta que a variação é a realidade suprema da excelência.
Gould celebra, no seu veemente humanismo, a verdadeira excelência na Terra, excelência que para ele se manifesta e demonstra na plenitude e na constância da espontaneidade e da diversidade.