Haikai conta a história de uma aspirante poetisa que se muda para a cidade de São Francisco Xavier, na Serra da Mantiqueira, na busca por uma vida mais próxima da natureza, onde possa se inspirar para compor seus haicais. Para manter-se vai morar e trabalhar na fazenda do senhor Murakami, um produtor de cogumelos, que vive com o filho de 8 anos, cuja mãe, Sayuri, ceramista, nascida e criada no Japão, em Kyoto, encontra-se internada em uma casa de repouso.
Dividido em 4 partes: primavera, verão, outono, inverno, o livro vai, aos poucos, descortinando a vida de Sayuri, mesmo sem sua presença na história. Do nascimento em 1976, até seus 21 anos, quando vem para o Brasil, prometida como noiva de Murakami.
Como pano de fundo, Haikai nos leva a um passeio pela história e pela cultura japonesa, passando pela gastronomia, a arte da cerâmica, a política e os costumes orientais.
O olhar da autora de Haikai é sutil, célere, detalhista, delicadamente perspicaz o que, irrefutavelmente envolve o leitor a identificar-se com os personagens, nos dois países em questão, trazendo pela arte literária tom, core e sabores, marcas, receita de prazer que aguçam os sentidos.
Haicai é uma pequena obra-prima, delicada e sutil como um origami, saborosa como os cogumelos orientais, e certeira como um golpe Bujutsu.
Romance