Introdução à Semanálise (Estudos #272)

Julia Kristeva pertence ao grupo mais atuante da crítica cultural francesa. Com este já clássico Introdução à Semanálise a autora reavaliou os estudos enfeixados sobre o rótulo de "semiótica", imprimindo-lhes nova direção. Seu pensamento traz a marca da obra de Louis Althusser, assim como indica a leitura de Greimas, Lacan e Lévi-Strauss, entre outros. A autora colheu na semiótica as perguntas fundamentais ligadas ao texto, isto é, uma possível textologia: quais são as leis de seu funcionamento? Qual é o lugar desse objeto específico dentre a multiplicidade das práticas significantes? Título de extrema importância não só porque resumiu, à época, as últimas conquistas na análise da significação, como porque se constituiu em uma bem-sucedida tentativa teórica de ultrapassar o não historicismo da pesquisa estrutural.

"Os Estudos que Julia Kristeva reuniu neste 'Introdução à Semanálise' - que a partir desta edição aparece em sua versão integral - têm como meta, em sua perspectiva ideal, uma reestruturação dos sistemas linguísticos, com recurso a modelos matemáticos e lógicos para uma ciência do homem e da história, vislumbrada por Marx e Freud, que recebeu o nome de 'semanálise'. Trata-se de um discurso sobre o sentido que, partindo do 'objeto', elege seus campos preferenciais de pesquisa, a estrutura e a significação, o que por essa opção já o torna um instrumento indispensável para a análise literária. Portanto, com base no conteúdo e com foco no texto, a sua lógica articula, desde o pré-texto, o texto como tal, num processo dialético de apreensão científica da configurabilidade objetiva do sujeito em uma ciência da História"

J. Guinsburg.

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