Em "Jardim de Inverno, encontraremos um Neruda com menos preocupações sociais e políticas do que o da fase anterior e mais voltado para o mistério da vida da qual está se despedindo. São versos líricos e melancólicos, mas nunca autocomplacentes ou totalmente desprovidos do humor característico do poeta. Fazendo um balanço final e reafirmando sua profissão de fé, Neruda não consegue fazer outra coisa que não poesia do mais alto nível: "Que posso fazer se me escolheu a estrela/ para ser um relâmpago, e se espinho/ me conduziu à dor de alguns que são muitos? O que fazer se cada movimento / de minha mão me aproximou da rosa?"