JERUSALÉM, IDA E VOLTA

Em 1975, o escritor Saul Bellow, Prêmio Nobel de Literatura de 1976, viveu em Jerusalém por vários meses, quando teve ocasião de refletir e tirar suas conclusões acerca desta cidade que hoje se situa no centro de um dos mais agudos problemas políticos do nosso tempo.

JERUSALÉM, IDA E VOLTA é, entre outras coisas, uma maravilhosa galeria de retratos pessoais captados e revelados em seu contexto histórico: o Primeiro-Ministro Rabi, ao almoço; um arceBispo armênio; um violinista de nove anos sendo ouvido por Isaac Stern; um amigo engenheiro, chorando por seu filho morto enquanto passeia entre os limoeiros; um velho barbeiro que enfeita sua loja com o retrato do Senador Hubert Humphrey; o professor agnóstico sistonizando o cerimonioso tocador de Sabbath; o editor do jornal árabe cuja família mora em Jerusalém há seis gerações: "Aqui em Jerusalém quando você fecha a sua porta, cai uma série de discussões ? exposição, argumento, discurso, análise, teoria, protestos, ameaça e profecia... E eu ouço cuidadosamente, fechadamente, muito mais fechado do que sou por hábito, atentíssimo". O objeto, porém, de todas as conversas, é, ultimamente, a sobrevivência... Aqui você janta com pessoas charmosas, numa cerimônia doméstica de passar de pratos e encher de copos, e em todos os pensamentos há um inimigo distruidor a esganar... Mas os judeus, porque são judeus, nunca puderam gozar do direito a viver como de um direito natural..."

Um livro atual, sereno e ao mesmo tempo dramático, indispensável a quem queira entender os problemas do Oriente Médio através de um relato minucioso: nem livro de viagens, nem diário íntimo, nem ensaio ? e no entanto, um pouco disso tudo.

Criador de figuras vivas em seus livros, Saul Bellow fixa neste todos os momentos do dia-a-dia da vida pessoal, política e intelectual de uma cidade que continua a ser uma palavra mágica: Jerusalém.

Saul Bellow nasceu em Lachine, Quebec, em 1915, vivendo atualmente em Chicago. Seu primeiro romance é de 1944 e sua obra de ficção, que desde então o afirmou como um dos maiores romancistas do nosso tempo, valeu-lhe em 1976 o Prêmio Nobel, a mais alta recompensa literária mundial.

A Nova Fronteira, apresentando este extraordinário depoimento vivido que é Jerusalém, Ida e Volta, dá seqüência à publicação de obras de Saul Bellow, depois de já ter oferecido aos leitores o romance O Legado de Humboldt, Prêmio Pulitzer de 1975, estando prestes a lançar Henderson, o Rei da Chuva.

O mais importante escritor dos E.U.A. hoje, Saul Bellow, que também foi professor nas Universidades de Nova York e de Minnesota, figura com destaque na lista dos escritores universais de maior reputação entre a crítica e o público