Samuel Malentacchi é desses poetas que exercitam a arte do desencanto. Volta-se contra o mundo em versos que desvelam as ilusões contemporâneas. Remexe escombros, entoa o canto das ruínas, move-se no entorno de um nada totalizante. Essa escuridão inevitável surge na figura da morte, sempre à espreita, não necessariamente a morte localizada no final da vida, mas no rompimento entre infância e juventude, juventude e vida adulta, no acúmulo dos anos que aterra a infância e afia o olhar do poeta: "O peso dos anos torna a melancolia atrevida e decadente/ quase como um parente indesejável" (Manual de Poesia não Ocultista) - trecho da apresentação, por Eduardo Sabino.
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