Uma sátira dos instintos pecaminosos.
Muito humor safado e sarcástico. Muitas críticas sociais feitas em tom de ironia. Em meio à cafajestagem terá um ou outro momento de fala mais séria.
Ao todo são 30 contos que retratam o cotidiano perverso do ser humano, imoralidades aceitáveis e imoralidades condenáveis.
Retrata-se as hipocrisias, os desejos mais secretos. Desde uma tia tarada que flagra o sobrinho batendo uma (folheando um catálogo de moda da Avon) a um pastor sem vergonha que manipula uma frágil fiel. Desde um virgem desesperado para transar a um cidadão sendo provocado pela cunhada (em um contexto muito mais errado do que se pode imaginar).
"(...)
Cresci e me tornei um crápula sem vergonha, igual a ela. Consequência desse meu passado? Passado escondido durante minha vida inteira. Só fui revelá-lo semana passada. Revelei-o a um psicólogo, após alguns meses fazendo terapia. Em determinado momento ele perguntou como me sinto. Eu disse: “Confuso. Mas tento tratar disso com humor. Até escrevi um livro sarcástico a respeito, talvez um dia eu publique...”. Ele compreendeu que ao fazer graça da desgraça eu fico mais leve. E depois desse dia eu me senti outro. Após a revelação eu me senti em paz, sem o gosto amargo de um segredo indigesto.
Hoje percebo que eu a idolatrava e por isso era submisso e cego. Via-a como uma rainha, uma deusa, uma entidade. Ela me pedia muito e eu fazia tudo. Eu gostava de agradar. Agradava-me agradar. Ela pedia tanta coisa e eu sempre obedecia. Ela pediu pra eu chupar a língua dela. E eu chupei. Eram nossas brincadeirinhas... Era como se eu fosse um súdito, um fã, um aprendiz, um cordeiro, e ela, a titia abusadora, o Dalai Lama..."
Contos / Erótico / Humor, Comédia / Literatura Brasileira