Chuva Miúda

Chuva Miúda FLORA MACHMAN


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“Jornalista, bacharel nordestina e pernóstica romântica”. Assim Flora Machman, uma das primeiras mulheres a obter registro de jornalista em Recife, se definiu em um texto autobiográfico. Ela foi também uma das primeiras advogadas do Brasil, embora nunca tenha exercido a profissão, além de tradutora, diretora de museu, economista e, sobretudo, uma cronista de mão cheia que brilhou intensamente neste país de grandes cronistas.

Pudera: em seus textos límpidos e sagazes – que encantaram os leitores dos jornais e revistas que os reproduziam –, Flora praticava o estilo “falso fácil” (como ensinam os grandes escritores, o mais difícil é escrever “fácil”). Neles, o coloquial, o comentário de atualidade, a anedota pitoresca ou bem humorada têm a força e a dignidade da alta literatura. Leitora voraz e crítica, amiga de Clarice Lispector na juventude (curiosamente, ambas estão sepultadas lado a lado no Cemitério Israelita do Caju) e de Cecília Meireles na maturidade, Flora poliu suas crônicas com a graça de uma conversa ao pé do ouvido e a sensibilidade de mulher culta e antenada com o mundo.

Começou a publicá-las em 1947, na coluna “Chuva Miúda” do jornal Folha da Manhã de Recife. Em 1948 obteve do governo francês uma bolsa de estudos na Sorbonne, onde cursou a Escola de Ciências Econômicas. De Paris envia, como “correspondente da Europa ocupada”, matérias de capa para o segundo caderno do Jornal do Commercio de sua cidade natal. Conviveu na França com figuras como Jorge Amado, Pablo Neruda, Nelson Pereira dos Santos e, quando retorna ao Brasil, começa a publicar a coluna “Registro” no Jornal do Commercio.

Também trabalha como free lancer nas revistas Manchete, O Cruzeiro, Leitura, Aonde Vamos, tendo realizado entrevistas com Guiomar Novaes, Bibi Ferreira, Chico Anísio, Porfírio Rubirosa, Jorge Amado, Erico Veríssimo, Cecília Meirelles, Elizete Cardoso, Amália Rodrigues, Fernanda Montenegro e outros. Em 1971 assume a diretoria do Museu do Índio, no Rio de Janeiro, enquanto traduzia contos de Scholem Aleichem, Chaim Nachman Bialik, poesias de Rabindranath Tagore, além de livros como A coluna Prestes de Neil Macaulay e o Segredo Ultra de F. W. Winterbotham. Com mais de 70 anos escreve um livro infantil de contos – inédito – intitulado O cavalinho de cristal.

Neste Chuva miúda o leitor poderá encontrar, ou reencontrar, uma seleção representativa dessas deliciosas crônicas que nos revelam, meio século depois, uma poderosa escritora de sensibilidade sutil e fina inteligência.

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Textos pretensiosos, nada parecidos com crônicas e de linguagem antiquada
on 20/9/19


Flora Machman foi uma advogada e jornalista brasileira nascida nos anos 1920, e manteve a coluna "Chuva Miúda" no jornal Folha da Manhã, de Recife, e também a coluna Registro, no Jornal do Comércio, no Rio de Janeiro. Comprei esse livro em uma feira sem saber nada sobre a autora, confiando apenas na sinopse e na minha paixão por crônicas, esse texto tão brasileiro e gostoso de ler. Mas me decepcionei desde o início. Embora a autora tenha uma história de vida interessante e tenha vivid... leia mais

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Lília Gomes
cadastrou em:
05/11/2011 07:49:47

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