Tomás Eloy Martínez volta aqui a seu tema obsessivo - os mecanismos e chagas do poder -, não mais como o jornalista-historiador, mas como um sociólogo-poeta disposto a mergulhar no imaginário provinciano expondo o drama íntimo e universal de um grande artista fracassado. A história pode ser resumida a um argumento mínimo - um cantor dotado de 'voz absoluta' passa a vida marcando passo, sem nunca chegar à glória prometida desde seus tempos de menino-prodígio. Tudo por não conseguir se desvencilhar da teia de amor e ódio em que o prende uma arquetípica mãe castradora, para quem o dom do filho é apenas um objeto de satisfação de seus caprichos.