Foi durante o Inverno de 1918-1919, durante uma estada em Saint-Moritz, na Suíça, com a mulher, Romola, e a filha, Kyra, que Vaslav Nijinski escreveu os quatro cadernos que constituem aquilo a que se convencionou chamar o seu «Diário». Embora seja difícil datá-los com toda a certeza, pensamos que Nijinski escreveu os seus Cadernos entre o dia 19 de Janeiro e o dia 4 de Março de 1919. A estrela dos «Ballets russes», o coreógrafo revolucionário de «Prelúdio à tarde de um fauno» e de «A Sagração da Primavera», aquele a quem o mundo apelidara de «deus da dança», preparava-se então para desempenhar o papel mais longo e mais patético da sua carreira: o de «louco».
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Ao trabalharmos neste livro, tivemos apenas um desejo: restituir a Nijinski a sua palavra inteira, indivisível. Estas páginas são o testemunho do que ! o homem e o artista quiseram deixar à humanidade, uma busca do amor humano, espiritual e religioso. Esta torrente de palavras é apenas um grito, o grito de uma alma confusa que, para a sua última dança, salta para um lugar onde ninguém poderá segui-la: «para o coração de Deus».
( INTRODUÇAO DE CHRISTIAN DUMAIS-LVOWSKI )
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