O Sumiço Da Santa

O Sumiço Da Santa Jorge Amado


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O Sumiço Da Santa


Uma História de Feitiçaria




O Autor e sua Obra

Mestre da narrativa baseada em temas regionais, Jorge Amado identifica-se plenamente com valores populares, descrevendo-os com um tom realista tocado muitas vezes pelo gosto do pitoresco. Sua identificação com a realidade social e cultura da Bahia levou-o a afirmar no seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, pronunciado no dia 17 de julho de 1961: "Não Pretendi nem tentei jamais ser universal senão sendo brasileiro e cada vez mais brasileiro. Poderia mesmo dizer, cada vez mais baiano, cada vez mais um escritor baiano".

Filho de um comerciante sergipano que era proprietário de terras no sul da Bahia, Jorge Amado de Faria nasceu em Ferradas, município de Itabuna, a 10 de agosto de 1912. Fez o curso primário em Ilhéus e o secundário no Colégio dos Jesuítas, em Salvador e no Rio. No seu tempo de moleque, realizou várias incursões por São Paulo e Rio trabalhando em livrarias, e aos quinze anos se tornou repórter do "Diário da Bahia". Aos dezessete anos, de parceria com Dias da Costa e o folclorista Edison da Costa, publica o romance "Lenita", considerado por um crítico como "admirável".

No fim da década de 20, quando o Modernismo chega a Salvador, Jorge Amado liga-se à efêmera Academia dos Rebeldes. Indo para o Rio em 1930, leva consigo os originais de "O país do carnaval" e passa por decreto no concurso para a Faculdade de Direito. Conhece então Otávio de Faria, colega e futuro membro da Academia Brasileira de Letras, que o apresenta ao poeta e editor Augusto Frederico Schmidt. Em 1931, lança "O país do carnaval".

De 1932 a 1946, nota-se que suas obras distinguem pela observação apaixonada da realidade social e política do país, pois o escritor e militante político passam a conviver lado a lado. Talvez por influência de Rachel de Queiroz, aproxima-se do Partido Comunista Brasileiro, recebendo o impacto tanto da nova literatura proletária russa quanto do realismo norte-americano.

Em 1945, o escritor elege-se deputado por São Paulo pela legenda do Partido Comunista Brasileiro, mas três anos depois é obrigado a exilar-se, permanecendo fora do Brasil até 1953. Embora já vivendo dos direitos autorais, amarga uma fase difícil, acompanhado entretanto de sua esposa, Zélia Gattai, com quem casara em 1945, e seu filho, João Jorge, nascido em 1947.

Viaja pela Europa e pela Ásia de 1948 a 1951, época em que as traduções de seus livros alcançam altas tiragens nos países socialistas. O primeiro prêmio surge em 1951, ano em que nasce sua filha Paloma, em Praga. Ao voltar para o Brasil, traz obras abertamente partidárias, como "O mundo da paz" (1951) e "Os subterrâneos da liberdade" (1952).

A partir de 1958, com a publicação de "Gabriela cravo e canela", começam a surgir romances de ambientação regional, num estilo marcado por traços sensuais e românticos, com intrigas de leves conotações políticas. Desde essa época, as honrarias multiplicam-se: Cidadão Paulistano, Cidadão Carioca, obá Otum Arolu do Axé do Opô Afonja - título honorífico concedido pelo candomblé - e membro da Academia Brasileira de Letras.

Detentor de todos os prêmios literários mais importantes do país, o escritor mora atualmente na cidade de Salvador. Um dos poucos romancistas brasileiros a viver exclusivamente de seu trabalho literário, Jorge Amado tem uma contribuição decisiva na história da profissionalização do autor brasileiro. Recentemente, recebeu o título de comendador da Legião de Honra do governo francês.

Texto escrito em 1988, por Círculo do Livro.

Ficção / Literatura Brasileira / Romance

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“A esposa confidenciava às amigas íntimas que, além da partícula aristocrática – a família do Recôncavo, arruinada, descendia dos Garcia d’Ávila –, as duas qualidades maiores do marido eram a burrice e a disciplina. Tudo o mais não passava de decorrência: a maldade, a hipocrisia, a bajulação aos poderosos, a prepotência para com os subordinados e os pobres em geral, a retórica vazia, a jactância e os chifres.” * * “Fora Sylvia, competente esposa de juiz de menores, quem introduzira ... leia mais

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