Este livro aborda uma questão sempre presente na vida social brasileira: de que forma devemos classificar expressões humorísticas que reproduzem estereótipos negativos sobre minorias raciais? Se, por um lado, membros desses grupos afirmam que estigmas culturais afetam nocivamente todas as dimensões de suas vidas, do outro temos diversos atores sociais que negam a validade desse argumento ao dizerem que o humor racista tem um caráter benigno. A discussão sobre essa alegação tem uma relevância significativa em uma nação que adquire uma consciência cada vez maior de que a circulação de ideias depreciativas sobre grupos minoritários impede que eles possam ter proteção jurídica e respeitabilidade social. Esta obra identifica os elementos centrais do racismo recreativo, um projeto de dominação social característico da sociedade brasileira que encobre a hostilidade racial por meio do humor. Estamos diante de um discurso e de uma prática de caráter estratégico que permite a busca de satisfação psicológica pela afirmação de uma suposta superioridade racial, ao mesmo tempo que mantêm o interesse de pessoas brancas preservarem uma imagem social positiva.
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