Cangaceiros e Fanáticos

Cangaceiros e Fanáticos Rui Facó
Rui Facó




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Em 1963, poucas semanas após a morte trágica de Rui Facó, era publicado pela Civilização Brasileira, então dirigida por Ênio Silveira, Cangaceiros e fanáticos: gênese e lutas. O livro logo se tornou um texto de referência obrigatória para os estudiosos das lutas sociais brasileiras, uma vez que, no tratamento dos movimentos rurais nordestinos, ele rompia com uma larga tradição historiográfica, aquela que fazia derivar os fenômenos do "cangaço" e do "fanatismo" de condições étnicas ou "ambientais".
Com efeito, Facó inova: punha em primeiro plano o caráter especificamente histórico-social de ambas as problemáticas (a do "cangaço" e a do "fanatismo"), estreitamente relacionadas, com o que seu livro fornecia as coordenadas para uma análise mais profunda e radical. Para ele, a compreensão adequada desses fenômenos deveria partir de sua causa primária e elementar: a vigência da grande propriedade territorial pré-capitalista. Mas o autor, estudioso arguto, não operava com nenhum "monocausalismo": situando na base de sua interpretação a propriedade oligárquica da terra, ele articulava ao peso do latifúndio componentes de natureza sociopolítica e cultural e, por isto, sua análise resultava abrangente e inclusiva, sutil e matizada.
Facó inscreve os fenômenos particulares que aborda na dinâmica mais ampla da história brasileira. É assim que a Abolição e o advento da República, num extremo e, no outro, a Revolução de 1930, tomados em suas implicações e consequências, são os marcos que delimitam os processos macroscópicos que, através de muitas mediações, incidem sobre o "cangaço" e o "fanatismo". E, como pano de fundo, em todo esse lapso temporal, destaca-se a complexa relação de confrontos e alianças entre a velha oligarquia fundiária e a emergente burguesia.
Decorrido quase meio século desde a publicação deste livro, os avanços no domínio da história social, da sociologia e da antropologia trouxeram novos aportes ao conhecimento dos processos estudados por Facó; hoje, a bibliografia apresenta uma massa crítica que permite situar de modo mais preciso aqueles processos. Mas nem por isso o livro que o leitor tem em mãos envelheceu: permanece como signo do que de mais expressivo produziu a intelectualidade brasileira que se empenhou em transformar - para melhor - a nossa sociedade.
Cangaceiros e fanáticos é o segundo volume da coleção Revisitando o Brasil. Nela, a Editor UFRJ se propõe a recolocar à disposição do leitor obras fundamentais para a compreensão de nosso País, mas que se encontram esgotadas. Tais obras vêm sempre precedidas, em nossas edições, por apresentações que as situam em seu contexto histórico e que apontam as razões de sua atualidade.





Cangaceiros e Fanáticos

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Leitura obrigatória para quem pretende conhecer sobre o cangaço, o fanatismo, o o banditismo, o coronelismo, as secas, a guerra de Canudos e os movimentos migratórios dos povos do nordeste....
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