Em 1818, Mary Shelley (1797-1851) publicou um conto fantástico em que um cientista, Victor Frankenstein, é tomado pela ânsia de alcançar a glória através da Ciência. Em sua busca científica, desenvolve interesse pela física, pela química e, combinando ambas as formações, procura descobrir a origem do princípio vital latente em todas as coisas vivas. Descobrir, nesse sentido, significava poder dominar tal princípio e dar-lhe uma finalidade. Para ele, tal finalidade era banir a doença do coração humano, tornando o homem invulnerável a todas as mortes, salvo a provocada pela violência; assim, ele seria o criador de uma nova espécie, seres felizes, puros... que lhe deveriam a própria existência (SHELLEY, 2001: 41-56). Deste modo, nasceu a tragédia neoprometéica de Victor von Frankenstein.
|...| Frankenstein, um brilhante estudante de medicina, revoltado diante da morte de sua mãe, isola-se do mundo e, obstinado, parte para a busca do supremo ideal humano: a conquista da imortalidade. A entrega a esta busca o faz criar e dar vida à Criatura, protagonista do romance. Contudo, tal criatura possui estatura gigantesca e marcas profundas, desfigurantes, oriundas das várias cirurgias a que seu Pai, o cientista-criador o submeteu... Indiferente ou incapaz de entender as vinculações e prever os trágicos efeitos de sua ação, Frankenstein abandona a criatura, afastando-a de qualquer elo afetivo. Rejeitado, só e à margem da Sociedade, esconde-se de tudo e de todos e, nesta postura solitária, "aprende" o mundo através dos livros.
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Mary Shelley teria se inspirado na história do Dr. Konrad Dippel (1673-1734) para criar o personagem do Barão Frankenstein. O alemão Dippel era um alquimista famoso por ter inventado, por acaso, o ácido cianídrico. Ele tinha duas idéias fixas: fabricar ouro a partir de metais inferiores e dar vida a defuntos. Dippel foi expulso de Estrasburgo, acusado de exumar corpos "para bizarras experiências anatômicas". No ano de 1979, porém, o inglês Peter Haining anunciou outra descoberta: Mary Shelley teria se inspirado no cientista amador Andrew Crosse (1784-1855), autor de audaciosas experiências eletromagnéticas e metalúrgicas...
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