Este livro propõe uma pedagogia da língua materna que não perde de vista o fato fundamental da heterogeneidade lingüística.
Ao ampliarem a noção de alfabetização pela noção de letramento, Bagno, Stubbs e Gagné se posicionam em prol de uma educação lingüística que abandone o estudo da língua como objeto em si mesma e passe a incorporar o conceito de heterogeneidade como aspecto fundamental do ensino de língua nas escolas.
Esta proposta do ensino de língua é exposta em uma tríplice perspectiva: Bagno expõe o assunto em perspectiva brasileira, Stubbs, em perspectiva inglesa e Gagné, em perspectiva quebequense. Os leitores terão assim a pluralidade de abordagens com que se dá a incorporação à lingüística da análise histórica e cultural como fator determinante. É preciso notar a convergência destes três autores numa mesma atitude metodológica: a imediata reconsideração de uma pedagogia centrada no código diante da necessidade de pensar uma pedagogia atenta tanto ao código quanto ao uso. É só nesta perspectiva que todos os professores em atividade e/ou formação, interdisciplinarmente transformados em professores de língua, passarão a valorizar seus alunos como seres históricos inapelavelmente marcados pela heterogeneidade lingüística.
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