Em versos que retratam as inquietações, provocações, sensações, angústias e prazeres da vida pela ótica de uma mulher negra, a obra é dividida em três capítulos que dão título ao trabalho. Em Negra, a autora problematiza questões raciais, o preconceito e a solidão da mulher negra, como em Exposta: “(...) Foi dessa carne negra que sangrou gota a gota a falta da sua companhia. Nua trata de desejos, sensações e prazeres, como em Delitos: (...) Nossos corpos fervem e as bocas já não possuem freios/ Seu santo é fraco e você se perde entre meus seios/ E entre tantos delitos e declarações/ Abusamos de nós, como provam os arranhões... Por fim, em Crua, o lado visceral e combativo da poeta se revela em versos comos os de Verdade Seja Dita: Verdade seja dita: (...) Você que não mova sua pica para impor respeito a mim./ Seu discurso machista, machuca/ E a cada palavra falha/ Corta minhas iguais como navalha/ NINGUÉM MERECE SER ESTUPRADA!
"Pensar no Negra Nua Crua foi algo muito leve, pois segui minhas intuições e encontrei pessoas que auxiliaram muito em todo o processo. Trabalhar as imagens dos temas com as fotografia de dupla exposição, de Muriel Xavier, era um sonho e o resultado foi incrível”, afirma Mel Duarte. O trabalho conta com prefácio assinado pela cantora e MC Tássia Reis e fotos de Muriel Xavier.