Os Cantos de Maldoror

Os Cantos de Maldoror Conde de Lautréamont




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"Há os que escrevem me busca de aplausos humanos, por meio de nobres qualidades do coração que a imaginação inventa ou que talvez possuam.
Quanto a mim, sirvo-me do meu génio para descrever as delícias da crueldade! Delícias nem passageiras nem artificiais, mas que, tendo começado com o homem, só com ele terminarão. Não pode o génio aliar-se à crueldade nos secretos desígnios da Providência? Ou não poderá ter génio quem é cruel? Encontrar-se-á prova disso nas minhas palavras; tereis apenas de me escutar, se a tal vos quiserde dignar... Perdão, parecia-me que os meus cabelos se punham em pé; mas não tem importância, pois, com a mão, consegui facilmente voltar a pô-los na posição inicial. Aquele que canta não pretende que as suas cavatinas sejam matéria desconhecida; pelo contrário, Orgulha-se de que os pensamentos altivos e perversos do seu herói existam em todos os homens."

Lautréamont, depois de morrer desconhecido aos 24 anos, em 1870, e de sua obra esperar dezessete anos para ter os primeiros leitores, tornou-se um mito, pela extraordinária ousadia e criatividade de seu texto, um exercício radical de liberdade de criação. Hoje multiplicam-se as edições de Os Cantos de Maldoror e da obra completa de Isidore Ducasse, celebrizado sob o pseudônimo de Conde de Lautréamont. Sua bibliografia é gigantesca, situando-o entre os escritores mais estudados e discutidos da atualidade. Ignorou a modernidade e apontou caminhos para o surrealismo e as vanguardas do século XX. Provocou fascinação e espanto em autores tão diversos como Breton, Malraux, Gide, Neruda e Ungaretti. É reconhecido como poderoso inventor, expoente dos inovadores, transgressores e poetas malditos, assim como o foram William Blake, Baudelaire, Rimbaud e Jarry. O poeta Cláudio Willer, que já havia publicado sua tradução de Os Cantos de Maldoror, preparou esta edição completa de Lautréamont. Incluiu comentários, notas e um substancioso prefácio, onde enfrenta obscuridades, vencendo o desafio da interpretação do texto e os mistérios decorrentes da ausência de biografia. Mostra como os Cantos e Poesias são uma escrita do avesso, abissal e perversa, regida pela lógica da metamorfose, pois nela cada termo contém seu oposto e cada coisa implica seu contrário, aquilo que não é. Repleta de paradoxos representa a consagração do pensamento analógico, oposto a razão dualista. Satírica e paródica, pelo modo como se apropria de outros autores, adulterando-os e invertendo-lhes o sentido, seu caráter monumental deve-se à coerência, aliada à imaginação desenfreada e transbordante. Da concepção geral, passando pelos relatos e reflexões, até o estranho vocabulário e as figuras exageradas de retórica, tudo, em seus detalhes, obedece à lógica do delírio e da negação. Por isso, não é apenas reflexão crítica sobre a literatura, mas rebelião extrema contra a sociedade e o mundo.





Os Cantos de Maldoror

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Resenhas para Os Cantos de Maldoror (4)

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Os Cantos de Maldoror estão divididos em seis cantos contendo estrofes redigidas em prosa poética. Este texto singular, que o próprio escritor chama de “incandescente”, gira em torno de um herói maldito, Maldoror, que, desde o primeiro canto, dedica sua carreira ao mal, travando um combate sem tréguas com o Criador, o Homem e ele próprio. Em perpétuo diálogo com o romantismo e o texto antigo – particularmente com Homero –, esta obra é, entretanto, inclassificável, transitando constante...
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