Katia Góes 17/08/2021
Sobre amizades, traumas...
Tudo começa há 13 anos antes, nas férias de verão, quando quatro crianças se conhecem e desvendam diversos mistérios que assolam uma cidade. Juntos, Peter, Nate, Andy, Kerri e Sean, o cachorro da equipe, formam o Clube de Detetives da cidade de Blyton. O último caso deles, foi o famoso caso do Monstro do Lago Adormecido na Mansão Deboën. Sendo este, o caso mais enigmático e marcante de suas vidas, até hoje. Um livro de mistério que aos poucos vai inserindo elementos sobrenaturais na estória.
Acho que a história não chega a ser um terror daqueles assustadores, mas é um suspense bem escrito e desenvolvido. A história é sobre coisas não finalizadas no passado dos garotos.
O autor também acertou no desenvolvimento dos personagens, mostrando como todos eles foram afetados pelo episódio que ocorreu treze anos antes. Na prática, nenhum deles consegue admitir os traumas que sofreram e, sem isso, qualquer possibilidade de superar o que acontecera nunca existiu. A obra de Edgar Cantero é repleta de referências e o barato é identificá-las durante a leitura.
Um ponto alto da trama, que precisa ser mencionado, é o relacionamento de Andy e Kerri. O conflito do limite entre a amizade e o amor, a questão da sexualidade, são temas desenvolvidos de forma natural e os questionamentos são bem pertinentes, corroborando para o viés dramático do livro.
É impossível ler O Caso da Mansão Deboen e não lembrar do clássico desenho Scooby-doo, não apenas pelas semelhanças entre os grupos de jovens amigos que investigam supostos mistérios sobrenaturais, mas sobretudo, por mostrar a importância da amizade e da coragem. Uma narrativa que celebra a nostalgia dos anos 1990, a amizade e os fantasmas, reais ou não, que precisamos enfrentar para superar maldições e maus agouros.
E ai?! Conheciam a obra e o autor? Vocês assinam algum Clube Literário? Já conhecem o Intrínsecos? Contem sobre suas experiências!
Beijos e até a próxima!!!